Kitsune Tails mistura nostalgia retrô com mitologia japonesa e narrativa queer

Poucos jogos conseguem capturar tão bem o charme dos antigos consoles quanto Kitsune Tails. O visual em pixel art remete imediatamente à era de ouro dos 16-bit, mas não se engane: esse jogo não é só mais uma homenagem vazia. Ele tem personalidade, propósito e uma atmosfera que mistura fofura, magia e uma pitada de drama bem dosada.

A desenvolvedora Kitsune Games conseguiu equilibrar mecânicas clássicas com uma ambientação única, baseada no folclore japonês. Em vez de encanadores e cogumelos, aqui temos uma jovem kitsune em sua jornada como mensageira da deusa Inari. O resultado é um platformer que combina ritmo fluido, desafio ajustável e ambientação cativante.

De salto em salto, uma história para sentir

Yuzu, a protagonista, não está só enfrentando inimigos ou obstáculos. Ela também carrega o peso emocional de um passado entrelaçado com duas figuras centrais: Akko, uma curandeira gentil que desperta sentimentos sinceros, e Kiri, uma antiga amiga que se tornou rival. Essa dinâmica dá profundidade à história e torna a jornada algo muito mais pessoal do que se espera de um jogo de plataforma.

A narrativa é conduzida com leveza, mas sem medo de tocar em temas importantes. É o tipo de jogo que valoriza vínculos afetivos, escolhas emocionais e representatividade — tudo isso inserido de forma orgânica, sem forçar o drama.

Power-ups com tempero nipônico

A base da jogabilidade gira em torno dos trajes especiais que concedem habilidades únicas. Essa mecânica, claramente inspirada nos clássicos do gênero, ganha nova vida aqui com o toque da cultura japonesa. Em vez de um traje de guaxinim ou flor de fogo, prepare-se para dons mágicos ligados à natureza, espíritos e elementos sagrados.

Os controles respondem com precisão, e a curva de dificuldade é amigável. Para quem quiser desafios extras, o jogo oferece um modo pós-jogo com níveis no estilo kaizo, que vão exigir reflexos rápidos e domínio total das mecânicas.

Conteúdo que vai além da campanha principal

Kitsune Tails não quer ser esquecido após os créditos finais. Ele traz ferramentas para criação de fases e minijogos, usando os mesmos scripts em Lua que a equipe utilizou durante o desenvolvimento. Isso abre espaço para que a comunidade mantenha o jogo vivo por muito tempo, compartilhando desafios, puzzles e até histórias próprias.

Essa extensão da vida útil é uma excelente forma de estimular a criatividade dos fãs e, ao mesmo tempo, homenagear a tradição dos jogos que sempre foram moldados pelo toque dos jogadores — como os mods e hacks de Mario que ainda movimentam comunidades até hoje.

Um jogo que sabe o que quer dizer

Mais do que um platformer preciso ou um jogo com visual charmoso, Kitsune Tails é um projeto com identidade. Ele não tenta ser um grande blockbuster, mas entende muito bem o tipo de experiência que quer oferecer: uma jornada nostálgica, rica em simbolismo, com espaço para sensibilidade, humor e desafio.

É um daqueles títulos que podem parecer pequenos à primeira vista, mas que têm muito a dizer — e conseguem tocar quem está disposto a ouvir.

Se você é fã de jogos de plataforma com alma, está mais do que na hora de colocar Kitsune Tails na sua lista. Porque às vezes, tudo o que a gente precisa é de uma raposinha saltitante para lembrar por que a gente ama videogames.

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Por Ana "Mochi"

Oi, eu sou a Ana, mas pode me chamar de Mochi! Adoro jogar games de fazendinha e exploração, pois amo descobrir todos os segredos desses jogos. Até por isso, sou a responsável por fazer os guias aqui do Steamaníacos! Vou te ajudar a descobrir segredos e passar obstáculos de vários jogos!

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