Lost Records: Bloom & Rage Tape 1 resgata a nostalgia dos anos 90 com narrativa envolvente

Lost Records

O estúdio Don’t Nod tem uma assinatura marcante quando se trata de narrativas emocionantes, e Lost Records: Bloom & Rage Tape 1 não foge dessa tradição. Situado em 1995, o jogo acompanha um grupo de adolescentes que, entre tardes ensolaradas e conversas profundas, encontram um segredo capaz de transformar suas vidas. Essa premissa já é familiar para quem jogou Life is Strange, outra criação da desenvolvedora, mas aqui há uma atmosfera ainda mais melancólica, impulsionada por uma trilha sonora e ambientação que capturam a época com precisão.

O jogo utiliza diálogos detalhados e momentos contemplativos para reforçar sua imersão. Há algo de especial na forma como ele retrata amizades adolescentes, um período da vida repleto de descobertas e emoções à flor da pele. O dilema central, dividido entre a juventude e um reencontro décadas depois, adiciona uma camada de mistério que instiga o jogador a continuar explorando a história.

Personagens e construção narrativa

O ponto forte de Lost Records está em seu elenco. Swann, Nora, Autumn e Kat são personagens que fogem de estereótipos rasos e apresentam profundidade em seus diálogos e interações. O jogo trabalha com a dualidade entre o passado e o presente, permitindo que o jogador veja o impacto de decisões tomadas na adolescência na vida adulta das protagonistas. Essa abordagem contribui para um envolvimento emocional maior com a trama.

A transição entre as duas linhas temporais é bem executada, mas, em alguns momentos, a narrativa pode parecer arrastada. Como o foco principal é o desenvolvimento dos personagens e a ambientação, aqueles que esperam um ritmo mais dinâmico podem sentir que a progressão demora a engrenar. No entanto, para quem aprecia histórias bem construídas e momentos introspectivos, Lost Records entrega uma experiência rica e sensível.

Mecânicas e ambientação

A jogabilidade segue o formato característico da Don’t Nod: escolhas narrativas que influenciam a história, exploração de cenários detalhados e mecânicas que ajudam a reforçar o vínculo com as protagonistas. Um dos aspectos mais interessantes é o uso da filmadora de Swann, que permite registrar momentos específicos e influenciar o desenrolar da trama.

Visualmente, o jogo aposta em um estilo artístico que mistura realismo e um toque estilizado, contribuindo para a atmosfera nostálgica. Os cenários são repletos de detalhes que remetem aos anos 90, desde cartazes de bandas até objetos do dia a dia, como walkmans e fitas VHS. A trilha sonora também merece destaque, trazendo faixas que remetem ao rock alternativo e indie daquela época, um acerto que reforça ainda mais a identidade do jogo.

Pontos fortes e desafios

Lost Records: Bloom & Rage Tape 1 acerta ao construir um universo imersivo e personagens cativantes, mas sua estrutura episódica pode não agradar a todos. O primeiro episódio estabelece o tom da história e introduz seus mistérios, mas deixa muitas perguntas em aberto, o que pode frustrar jogadores que buscam resoluções mais imediatas.

Outro ponto que pode dividir opiniões é a cadência do jogo. O ritmo mais lento pode ser um obstáculo para quem prefere uma experiência mais dinâmica, mas, para os fãs de narrativas focadas no emocional, isso pode ser justamente o grande atrativo.

Vale a pena jogar?

Lost Records: Bloom & Rage Tape 1 é uma experiência feita sob medida para aqueles que apreciam narrativas ricas e um toque de nostalgia. O jogo constrói um universo envolvente, repleto de detalhes e referências culturais que transportam o jogador diretamente para os anos 90. Se você gostou de Life is Strange e títulos similares, essa é uma jornada que vale a pena acompanhar.

Por outro lado, quem prefere jogos com mecânicas mais diversificadas e um ritmo mais acelerado pode sentir que o título se apoia demais no aspecto narrativo. De qualquer forma, Lost Records já se estabelece como uma obra promissora dentro do gênero, deixando a expectativa alta para seus próximos episódios.

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Por Rafael "Peleh"

Eu sou o Rafael, também conhecido como Peleh. Já vi de tudo no mundo dos games, por isso sou eu quem cuida das notícias e análises de games aqui no Steamaníacos!

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