Europa Universalis V é anunciado com grandes mudanças, veja as novidades
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Depois de doze anos de atualizações e incontáveis DLCs, a Paradox finalmente tirou o véu de cima do pior segredo guardado do mundo dos jogos de estratégia: Europa Universalis V vem aí. E ele não veio para ser uma simples iteração. Ele chegou para redesenhar a própria ideia de grande estratégia histórica.
Ao contrário do que poderia se esperar de uma sequência para um jogo tão massivo como Europa Universalis IV, o quinto título da série traz mudanças estruturais que vão muito além de uma repaginada visual ou ajustes incrementais. Estamos falando de um novo modo de pensar a simulação de poder, diplomacia e história.
Populações, personagens e o fim da abstração
Um dos maiores saltos está na substituição do velho sistema abstrato de pontos (o chamado “mana”) por decisões baseadas em personagens nomeados. Agora, o sucesso administrativo, diplomático ou militar depende das habilidades das figuras que você posiciona no governo. O conceito de estratégia por números cede lugar a uma governança mais humana — e imprevisível.
As províncias, por sua vez, agora são habitadas por populações diversas, com culturas, religiões e necessidades próprias. Isso transforma a gestão de um império em uma tarefa orgânica e imprevisível. Gerenciar uma região não é mais apenas uma questão de status e economia, mas também de atender os anseios de seus habitantes — ou lidar com suas reações.

Economia viva, comércio dinâmico e o peso da especialização
O sistema econômico de Europa Universalis V é outro ponto de virada. Agora, cada província pode produzir ou coletar recursos específicos, que alimentam estruturas e abastecem o comércio. Prédios exigem insumos e trabalhadores, e não é possível manter a máquina do progresso funcionando sem equilibrar cuidadosamente demanda, oferta, e investimento.
As decisões econômicas não são mais triviais. O comércio não é uma tabela de valores: é um organismo vivo, afetado por política externa, guerras, acordos e pelo próprio mercado global. E embora você possa automatizar setores inteiros, deixar tudo nas mãos da IA nem sempre leva ao resultado que você espera.
Guerra com propósito: política, espionagem e o parlamento
Em Europa Universalis V, entrar em guerra exige mais do que vontade. O sistema de casus belli foi reformulado. Fabricar uma desculpa para invadir um vizinho ficou mais complexo — e mais crível. Espiões, intrigas e negociações com o parlamento são caminhos mais sólidos para justificar um conflito.
O parlamento, por sinal, ganhou uma profundidade nunca antes vista. Ele agora representa os interesses dos vários grupos dentro da sociedade — os “estates” — e negociar com eles se torna uma parte essencial da política interna. Aprovar uma guerra pode custar o apoio de outros setores, alterar sua base legal, sua relação com aliados, ou até causar revoltas.

A Escócia sonhadora e o caos dos Bálcãs
Jogando com a Escócia, o sonho de resistir à Inglaterra e unificar as Ilhas Britânicas esbarra na realidade: um país dividido por uma guerra civil, carente de recursos, em constante tensão entre os clãs das Highlands e os burgueses das Lowlands. Cada decisão — desde a linguagem oficial até o modelo econômico — pesa no rumo do jogo.
Já com os Otomanos, a experiência muda completamente. Um império já consolidado, mas cercado de desafios diplomáticos e internos. Eventos históricos moldam decisões únicas, e a sucessão dos líderes pode mergulhar o país em crises intensas. Situações como a ascensão otomana ou a queda de Constantinopla se tornam arcos narrativos dentro da campanha.
Estados diferentes, estilos diferentes
Em Europa Universalis V, você não joga apenas com países no sentido clássico. Há quatro categorias distintas:
- Países estabelecidos, como Escócia e Império Otomano
- Países baseados em exércitos, como hordas nômades
- Países extraterritoriais, como ligas comerciais ou bancos
- Sociedades de população, que representam tribos ou povos não-estatais
Cada categoria traz mecânicas próprias e formas de vitória diferentes. Uma liga bancária pode enriquecer através de dívidas e juros internacionais. Uma sociedade tribal pode avançar lentamente, mas ser mais resistente a pressões externas. Essa diversificação amplia as possibilidades de campanha de forma impressionante.

Avanços, eras e instituições: evolução histórica orgânica
A progressão tecnológica não segue mais um “tech tree” rígido. Europa Universalis V introduz um sistema de avanços influenciado pelas eras históricas e pelas instituições que surgem dinamicamente no mundo.
Durante a Idade do Renascimento, por exemplo, novas ideias podem se espalhar por comércio ou influência, mas só se a população for alfabetizada e receptiva. O avanço científico não é automático: depende da estrutura social, da urbanização e da abertura cultural do seu povo.
As instituições como o Renascimento, os exércitos profissionais ou os bancos podem nascer em locais históricos — ou surgir dinamicamente, a depender do estado do mundo. Isso mantém cada partida viva, imprevisível, e completamente única.
Jogabilidade modular: aprenda como quiser
Mesmo com toda essa complexidade, Europa Universalis V não fecha as portas para quem está começando. O sistema de automação permite que o jogador controle apenas o que quiser. Quer focar em guerra? Deixe a diplomacia e a economia para a IA. Prefere comércio e influência cultural? Deixe os conflitos para seus generais.
E mais: o jogo analisa suas preferências e recomenda nações para começar, além de ativar apenas os sistemas relevantes no início. Aos poucos, conforme o jogador ganha familiaridade, é possível ativar outros aspectos da gestão nacional.

Uma promessa ambiciosa, uma experiência colossal
Europa Universalis V não tenta ser um jogo fácil, e isso é parte de seu charme. Ele se compromete com a profundidade, com a densidade e com a liberdade absoluta de escolha. Ele não te diz o que fazer — te dá ferramentas e te observa tentar sobreviver às consequências.
Se Europa Universalis IV era o pináculo da simulação de estados nações do século XVI em diante, o quinto jogo é uma reconstrução completa. Uma nova era para quem tem fôlego — e obsessão — para navegar nas marés da história.
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Sou o Leo, geralmente jogo com o nick blade95. Sou apaixonado por jogos de FPS e amo montar PC Gamer! Aqui no Steamaníacos cuido de tudo sobre Hardware, review, preview, testes e novidades para o nosso mundo gamer!