Você nunca viu um FPS como La Quimera — e isso é ótimo
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Quando se pensa em jogos de tiro em primeira pessoa, a mente costuma ir direto para cenários genéricos de guerra futurista ou ambientes urbanos sem alma. La Quimera quebra esse padrão com força. Ambientado em uma América Latina fictícia — mais especificamente na sombria e fascinante Nuevo Caracas — o jogo da Reburn (estúdio formado por ex-membros da 4A Games, criadores de Metro) traz uma proposta que mistura brutalidade tecnológica, espiritualidade distorcida e um clima denso que remete a filmes de arte futuristas.
Mas não se engane com o rótulo de “Early Access”. La Quimera já chega com uma base sólida: exoesqueletos que ampliam o combate, narrativa pesada escrita por ninguém menos que Nicolas Winding Refn e E.J.A. Warren, coop com até três jogadores e um mundo pulsante que desafia o jogador em cada esquina. A experiência é estranha, incômoda e… extremamente promissora.
Distopia latina com tiro, suor e ruína
Você entra em Nuevo Caracas sem muita escolha. Tudo está caindo aos pedaços, e não apenas os prédios cobertos de musgo ou as favelas engolidas pela selva. O próprio mundo parece hesitar entre o real e o imaginário, com corpos que flutuam entre máquinas e memórias, e armas que mais parecem próteses de um pesadelo. É nesse ambiente que La Quimera acontece — e, acredite, não é só mais um shooter com armadura brilhando.
A desenvolvedora Reburn, formada por veteranos da 4A Games (de Metro 2033 e Exodus), resolve dobrar a aposta: entrega um FPS com combate tático, gadgets avançados e um sistema de exoesqueleto que transforma cada soldado em uma força bruta, mas também insere uma camada de mistério e sobrenatural que te deixa desconfiado do que está vendo. La Quimera não quer só testar sua mira — quer fazer você duvidar da própria missão.

Uma história com peso e cara própria
O que mais chama atenção aqui não são os tiroteios — mesmo que eles sejam intensos e bem coreografados. É a narrativa. Nicolas Winding Refn, diretor de Drive e O Demônio de Neon, assina a história junto com E.J.A. Warren, e a assinatura é visível. Não tem heroísmo forçado. Tem sombra, dúvida, e um mundo que parece estar desmoronando por dentro.
Você assume o papel de militares em desvantagem, jogados no meio de um conflito entre corporações corruptas e facções que parecem mais cultos do que exércitos. Novo Caracas pulsa, reage, e obriga você a prestar atenção nos detalhes. Além da cidade, há selvas perigosas, ruínas com vida própria e um arsenal de armas que mais parece uma caixa de brinquedos de um cientista insano.

Early Access com intenção clara
La Quimera está em acesso antecipado, mas não chega cru. A base está firme: modo campanha jogável solo ou em co-op com até dois amigos, design de níveis variado e um sistema de progressão interessante. A Reburn quer que a comunidade participe. Feedback já está moldando futuras atualizações, que prometem expandir os arcos narrativos e refinar ainda mais o combate.
A decisão de lançar agora veio com um toque pessoal. Em comunicado, o CEO Dmytro Lymar lembrou que perseverar em meio ao caos não é novidade para um estúdio ucraniano. Essa resistência está impressa no jogo: há um senso de urgência e tensão em cada esquina, como se o mundo estivesse à beira de desabar — e, talvez, esteja mesmo.
La Quimera acerta ao trazer algo diferente. A ambientação é única, o combate tem profundidade, e a história provoca mais do que responde. É um jogo que ainda vai crescer, mas já deixa claro que veio pra marcar. E se a promessa se cumprir, essa distopia latina pode muito bem se tornar um dos grandes FPS narrativos dos últimos anos.
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