Assassin’s Creed Shadows: Polêmica e Reação em Alta com Inclusão de Personagem Histórico

Assassins Creed Shadows

A Ubisoft causou agitação na comunidade de gamers com seu próximo lançamento, Assassin’s Creed Shadows, que se passa no Japão feudal e inclui Yasuke, um personagem histórico negro. Na última quinta-feira, a empresa divulgou uma declaração endereçada à sua “estimada comunidade japonesa,” respondendo a algumas críticas, inclusive de jogadores japoneses. Embora a mensagem pareça focada no público japonês, acabou alimentando críticas de um grupo ocidental reativo que acredita que iniciativas de diversidade estão prejudicando os jogos.

A mensagem da Ubisoft afirma que a equipe de desenvolvimento está comprometida em “garantir uma representação imersiva e respeitosa do Japão feudal,” mesmo reconhecendo que os jogos Assassin’s Creed não são “representações factuais da história ou personagens históricos.” Afinal, a realidade não inclui Leonardo da Vinci construindo uma máquina voadora para enviar assassinos pelos telhados de Veneza.

O comunicado continua: “Apesar desses esforços contínuos, reconhecemos que alguns elementos em nossos materiais promocionais causaram preocupação na comunidade japonesa. Pedimos desculpas sinceramente por isso.” A empresa promete que o jogo “continuará evoluindo até o lançamento” e aborda especificamente a representação de Yasuke como um samurai sob o comando do senhor da guerra Oda Nobunaga, reconhecendo que a historicidade de sua vida “é uma questão de debate e discussão.” A mensagem também foi postada simultaneamente em japonês pela Ubisoft Japão.

A reação desencadeada na terça-feira ilustra a complexidade da situação, que tem uma parte de verdade. Muitos interpretaram a carta como um esforço da Ubisoft para agradar a críticas que, na maioria, vêm de jogadores ocidentais e não de japoneses reais. No entanto, a Ubisoft já havia condenado esses reacionários anteriormente: Marc-Alexis Côté, VP de Assassin’s Creed, declarou em uma entrevista que a resposta de Elon Musk à inclusão de Yasuke — “DEI mata a arte” — é apenas “alimentar o ódio.” “O que Elon diz não é o jogo que estamos construindo,” afirmou Côté.

O CEO Yves Guillemot fez uma referência mais indireta a “ataques online maliciosos e pessoais direcionados a alguns membros da nossa equipe e parceiros” em um post no blog da Ubisoft, afirmando que “queremos deixar claro que, na Ubisoft, condenamos esses atos de ódio em termos mais fortes possíveis e encorajamos o restante da indústria e os jogadores a também denunciá-los.”

Essas declarações da Ubisoft podem parecer desnecessárias, mas a empresa pode ter se sentido pressionada a responder após um senador japonês — um dos dois membros de um partido de extrema direita marginal — ter twittado sobre o jogo sendo um ato de “apropriação cultural.”

É verdade que alguns jogadores japoneses levantaram críticas sobre o pouco que foi mostrado de Shadows, que não têm a ver com a presença de Yasuke. Houve questionamentos sobre o uso da bandeira de um grupo de recriação de infantaria em arte conceitual, tatames sendo quadrados em vez de retangulares no vídeo de estreia, e um portão torii aparentemente colocado na entrada de uma vila na demonstração do jogo (embora não se deva colocar muita fé em uma thread do Reddit, pois as pessoas podem ter julgado apressadamente).

O número esmagador de votos negativos no trailer de revelação de Shadows sugere uma reação mais reativa do que uma simples decepção com pequenos detalhes. Seja qual for o motivo pelo qual a Ubisoft se sentiu pressionada a tranquilizar uma pequena parte dos jogadores que tiveram críticas genuínas, a declaração da empresa deu novo combustível para críticos de má fé, que agora se escondem atrás de perguntas sobre precisão histórica. No entanto, Assassin’s Creed Shadows continua sendo uma promessa emocionante para os fãs da série e do Japão feudal.

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