A Keychron está expandindo seus horizontais no universo gamer com sua nova marca Lemokey, e o primeiro produto dessa linha é o mouse G1. Conhecido por seus teclados mecânicos de alta qualidade, o fabricante agora tenta conquistar os jogadores com um periférico que promete especificações de ponta, seguindo uma tendência que vemos em marcas como a Glorious, que também migrou dos teclados para os mouses com sucesso.

O G1 chega ao mercado com uma proposta interessante: oferecer recursos premium mantendo um preço competitivo. Com apenas 55 gramas, o mouse é mais leve que concorrentes consagrados como o Logitech G Pro X Superlight 2 Dex, sem utilizar o polêmico design vazado que divide opiniões entre os jogadores e costuma ser visto em modelos como o Pulsar X2 e o Glorious Model O.

Desempenho e Recursos

O sensor Pixart 3950 presente no G1 oferece resolução máxima de 30.000 DPI, velocidade de 750 IPS e aceleração de 50G. Na prática, isso significa que o mouse consegue acompanhar todos os seus movimentos, por mais rápidos que sejam, sem perder precisão – algo fundamental para jogos como Valorant, CS2 ou Overwatch 2, onde cada milímetro de movimento pode significar a diferença entre vencer ou perder um duelo.

A conectividade é um ponto forte, com opções de conexão via 2.4 GHz, Bluetooth 5.1 ou cabo USB-C. A autonomia da bateria impressiona: são 40 horas utilizando 8.000 Hz de polling rate, podendo chegar a 140 horas no modo Bluetooth. Para comparação, o Razer Viper V2 Pro, um dos principais concorrentes, oferece cerca de 80 horas de uso contínuo.

Nem Tudo São Flores

Durante os testes, identificamos que a taxa de polling de 8.000 Hz, principal diferencial anunciado, não funciona como deveria. As medições indicaram entre três e cinco registros por milissegundo, bem abaixo dos oito prometidos. Vale ressaltar que essa limitação só é perceptível em testes técnicos – durante o gameplay, mesmo em títulos competitivos, a diferença é praticamente imperceptível.

O software de configuração também merece atenção especial: ele é baseado na web e só funciona quando o mouse está conectado via cabo, uma decisão no mínimo peculiar para um dispositivo wireless. Comparando com soluções como o Logitech G Hub ou o Razer Synapse, a experiência de personalização do G1 deixa a desejar.

Design e Ergonomia

O G1 segue a tendência minimalista dos mouses premium atuais. Sem RGB e com um design clean, ele lembra bastante os últimos lançamentos da Logitech. O tamanho compacto favorece especialmente quem utiliza o grip estilo claw, embora o acabamento nas junções do chassi de plástico pudesse ser mais refinado.

Os cinco botões programáveis são bem posicionados e respondem com precisão, sem aquele clique falso ou mole que encontramos em alguns modelos mais básicos. Os switches principais utilizam tecnologia ótica, prometendo maior durabilidade e resposta mais rápida que os switches mecânicos tradicionais.

Experiência de Uso

Com o G1, a Lemokey conseguiu criar um mouse que se destaca em vários aspectos importantes para os jogadores. O peso ultraleve combinado com os pés de PTFE (Teflon) permite movimentos suaves e precisos, fundamentais para jogos de FPS. Os skates extras inclusos na caixa são um diferencial interessante, considerando que muitos fabricantes vendem esses itens separadamente.

Durante as sessões de jogo, o mouse se comportou de maneira exemplar em diferentes títulos. Em jogos como League of Legends, onde o controle preciso do cursor é essencial, o sensor respondeu sem qualquer sinal de spin out ou aceleração indesejada. Já em FPS como Apex Legends, os movimentos rápidos e microajustes foram executados com precisão.

Conclusão

Após semanas de uso intensivo em diferentes cenários, o G1 provou ser uma excelente alternativa aos modelos topo de linha. Mesmo com suas limitações na taxa de polling e no software de configuração, o conjunto completo de especificações, aliado ao design leve e funcional, faz dele uma opção muito interessante para jogadores que buscam um mouse de qualidade sem precisar investir tanto.

A Lemokey demonstra que entende o mercado gamer atual: às vezes, menos é mais. O G1 pode não ter todos os recursos da concorrência, mas entrega onde realmente importa: na jogabilidade. Com este primeiro produto, a marca estabelece uma base sólida para futuros lançamentos e se posiciona como uma alternativa real às marcas já estabelecidas no mercado de periféricos para jogos.

O G1 pode ser encontrado na loja virtual da Keychron do Brasil, na data de publicação dessa matéria, ele custava R$ 689.