Lançado em 2017, Brigand: Oaxaca é um título peculiar que desafia os padrões modernos de design de jogos. Este RPG imersivo com elementos de simulação entrega uma experiência tão livre quanto punitiva, obrigando o jogador a explorar, experimentar e falhar repetidamente até dominar suas mecânicas. Se você é fã de jogos como Stalker, Morrowind ou Kenshi, prepare-se para um desafio que parece feito sob medida para você.

Começo Brutal: da Prisão à Sobrevivência

O jogo começa com uma criação de personagem um tanto inusitada, destacada pelo visual retrô em 4:3 – um prenúncio das suas escolhas excêntricas. Após escolher um nome e um rosto (limitado a três opções curiosas), você define sua classe inicial, que determina habilidades como feitiçaria, combate ou suporte. Mas escolha com cuidado: o menor erro pode levar a mortes rápidas, especialmente no início do jogo, onde a curva de aprendizado é quase vertical.

O enredo dá seus primeiros passos quando seu personagem é libertado de uma prisão por um agente da facção Uncle Bob’s National Security, sob a condição de defender sua cervejaria contra o ataque da tribo rival Eleggua. A partir daí, as possibilidades se expandem. Você pode seguir a trama principal, explorar o vasto mundo montanhoso ou simplesmente tentar sobreviver, experimentando abordagens variadas.

Liberdade Sem Limites

O principal atrativo de Brigand: Oaxaca é a liberdade de ação. Cada obstáculo apresenta várias soluções, desde furtividade e combate direto até uso estratégico do ambiente ou recrutamento de aliados. Por exemplo, ao enfrentar um grupo de invasores, você pode preparar armadilhas, convencer outros NPCs a lutar por você ou até tentar se aliar ao inimigo.

Essa flexibilidade, no entanto, vem acompanhada de um desafio rigoroso. Sem um planejamento cuidadoso ou entendimento profundo das mecânicas, o jogo tende a punir severamente. Um exemplo claro disso é o sistema de habilidades, que exige múltiplas tentativas para encontrar a combinação ideal de atributos e estratégias.

O Mundo de Brigand

Ambientado em uma versão pós-apocalíptica do México, Brigand oferece um mundo intrigante e hostil. As facções que habitam o cenário têm objetivos conflitantes, e sua relação com elas pode impactar diretamente a jogabilidade. Ao completar missões, você ganha recompensas que vão desde armas até novos companheiros, mas decisões erradas podem tornar facções inteiras suas inimigas.

Os encontros inesperados são parte do charme – e da crueldade – do jogo. Em um momento, você pode estar recuperando um item para um NPC e, no instante seguinte, enfrentando criaturas mortais em um cemitério. Não espere nenhuma “mão amiga” ou tutoriais generosos aqui; o aprendizado é feito na base da tentativa e erro.

Para Quem É Brigand: Oaxaca?

Esse jogo não é para os fracos de coração. Seu design old-school e dificuldade brutal evocam os primeiros momentos de Stalker: Shadow of Chernobyl, onde cada pequena vitória parece conquistada com sangue, suor e lágrimas. Para os jogadores que buscam mundos que não se ajustam às suas expectativas, Brigand: Oaxaca é uma experiência singular e recompensadora.

Se você gosta de explorar o desconhecido, superar desafios complexos e experimentar liberdade sem limites, vale a pena mergulhar nesse caos organizado.