The Thing: Remastered – Uma Mistura Inusitada de Terror e Comédia
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The Thing: Remastered, a versão atualizada do clássico de 2002, traz uma nova vida ao jogo inspirado no icônico filme de John Carpenter. Embora o título tenha sido promovido como uma experiência de terror e sobrevivência, ele acaba oferecendo uma proposta única, onde o suspense e a ação se misturam com momentos que, por vezes, parecem mais comédia do que horror.
A História: Terror e Sobrevivência no Ártico
O enredo de The Thing: Remastered segue o Capitão J.F. Blake, que lidera um grupo em busca de sobreviventes em um ambiente hostil: Outpost 31, no Ártico. A missão parece simples: resgatar civis e eliminar ameaças. Porém, como os fãs do filme sabem, a verdadeira ameaça está na forma de alienígenas mutantes que podem se transformar em qualquer ser humano. A tensão constante e o clima de desconfiança são elementos essenciais, mas o jogo vai além da simples réplica do filme, criando um universo próprio.
Logo no início, uma das primeiras interações que o jogador encontra é um retorno fiel ao filme, com a descoberta do UFO do Blair-Thing escondido sob o galpão. Embora a cena remeta imediatamente ao clássico de Carpenter, a reação do protagonista, Blake, ao comentar de forma desinteressada sobre a descoberta (“Sim, sim, não estamos sozinhos no universo, bla bla bla – olhe e siga em frente”), pode fazer o jogador rir ao invés de se sentir assustado. Isso dá uma pista do que está por vir: o jogo não é apenas sobre sobrevivência e mistério, mas também sobre situações que, sem querer, acabam sendo hilárias.
Momentos Cômicos Involuntários
O grande problema de The Thing: Remastered não está no fato de o jogo ser ruim, mas na maneira como ele acaba se tornando uma experiência mais de comédia do que de terror. As falas e ações dos personagens, em muitos momentos, são tão exageradas ou mal roteirizadas que o jogo perde sua tensão natural. Por exemplo, uma das interações mais marcantes no jogo acontece quando Blake tenta convencer Pierce, um de seus companheiros, a resistir à infecção alienígena. A tentativa de criar uma cena dramática se dissolve quando Pierce, sem emoção, olha para Blake e, com um comentário extremamente fora de contexto, pega uma arma e se mata. A cena foi claramente projetada para ser comovente, mas acaba sendo mais absurda do que angustiante, o que se repete várias vezes ao longo da jornada.
Em uma das sequências de ação, o jogo também se torna algo digno de um sketch de comédia. Em uma perseguição em uma tempestade de neve, os mutantes são seguidos de maneira tão desajeitada que a cena mais parece uma versão acelerada de Benny Hill do que uma fuga desesperada de criaturas alienígenas. Essas falhas, no entanto, não arruínam o jogo, mas deixam claro que The Thing: Remastered se diverte com o próprio conceito, tornando-se mais uma experiência divertida do que uma de puro medo.
Melhorias Técnicas e Puzzles
Mesmo com essas falhas na narrativa, a remasterização trouxe diversas melhorias técnicas que agradaram a muitos jogadores. O desempenho do jogo está sólido, especialmente em placas gráficas mais recentes como a 3070, e os gráficos foram atualizados de forma que mantêm o charme pixelado do original enquanto adicionam clareza e definição. As mecânicas de combate, como o uso de armas e o controle das Táticas de Sobrevivência, são satisfatórias, e a jogabilidade se mantém fluida.
Além disso, o jogo apresenta puzzles interessantes que mantêm o jogador engajado. Um dos destaques é o momento em que o jogador deve libertar um civil de uma cela enquanto lida com a ameaça dos mutantes. Resolver esses enigmas de maneira eficaz pode ser difícil, especialmente quando os mutantes estão constantemente atacando e, em muitos casos, as escolhas erradas levam à morte de um aliado e à transformação dele em um inimigo ainda mais mortal.
A Nostalgia e o Legado do Filme
The Thing: Remastered consegue ser nostálgico para os fãs do filme de John Carpenter, oferecendo uma visão do que poderia ter sido uma sequência direta, mantendo a atmosfera sombria e a sensação de desconfiança. Porém, a falta de uma atmosfera realmente assustadora e a abundância de cenas com diálogos e situações que geram risos ao invés de sustos deixam claro que o jogo não é o que se esperaria de um título de terror tradicional.
Embora não seja um jogo de terror absoluto como muitos esperavam, The Thing: Remastered oferece uma experiência divertida e única. Pode não ter cumprido completamente seu papel como um jogo de horror, mas certamente proporciona boas horas de entretenimento e serve como uma maneira interessante de reviver o legado de The Thing. Quem procura uma experiência de medo genuíno pode se decepcionar, mas para aqueles que procuram diversão com um toque de nostalgia, o jogo vale a pena ser conferido.
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Eu sou o Rafael, também conhecido como Peleh. Já vi de tudo no mundo dos games, por isso sou eu quem cuida das notícias e análises de games aqui no Steamaníacos!