Bloodborne é frequentemente apontado como um dos títulos mais marcantes lançados pela FromSoftware, estúdio liderado por Hidetaka Miyazaki e famoso pela série Dark Souls e pelo aclamado Elden Ring. A exclusividade do jogo para PlayStation 4 sempre gerou um certo incômodo entre jogadores de PC, que gostariam de aproveitar a atmosfera gótica e o combate desafiador em suas máquinas. Recentemente, um ex-executivo da Sony comentou que o motivo de não vermos Bloodborne no PC até hoje pode estar diretamente ligado ao perfeccionismo de Miyazaki, que desejaria supervisionar pessoalmente cada detalhe de um possível port, mas ao mesmo tempo não teria disponibilidade para fazê-lo no momento. Isso levanta a hipótese de que, se alguém de fora fosse encarregado do projeto, talvez as escolhas de design e as características originais do jogo pudessem se perder no processo, gerando um resultado distante do que o diretor idealiza.

A discussão sobre a dificuldade de levar Bloodborne para PC não é nova. Em comunidades online, há quem aponte aspectos técnicos que poderiam ser problemáticos, como a engine do jogo, não tão simples de ser ajustada para hardware diferente do console em que foi originalmente lançado. De todo modo, o comentário do antigo executivo dá a entender que, mais do que barreiras técnicas, existe também um componente pessoal: Miyazaki sente um apego tão grande à sua criação que não estaria disposto a delegar esse trabalho a outra equipe. Quem já acompanhou histórias de jogos que foram adaptados ou refeitos por terceiros talvez se lembre de casos em que a visão original se diluiu por falta de envolvimento do criador principal, e isso aparentemente é algo que o diretor quer evitar a todo custo.

Para complicar um pouco mais a conversa, há rumores que circulam em fóruns especializados apontando que a Sony teria interesse em levar Bloodborne a outras plataformas, afinal, a versão para PC de outros títulos como Horizon Zero Dawn e Days Gone atraiu novos públicos e gerou lucro considerável. O que intriga é a falta de qualquer anúncio oficial, embora vez ou outra surjam especulações de que uma remasterização ou edição aprimorada para PlayStation 5 e PC poderia estar nos planos. Segundo uma matéria recente do site IGN, o número de pedidos de fãs para que isso se concretize só cresce, mas nem Sony nem FromSoftware parecem inclinadas a confirmar ou negar a existência de um projeto dessa natureza.

Outro ponto importante vem do histórico de lançamentos da FromSoftware. Dark Souls, por exemplo, chegou ao PC algum tempo depois da sua estreia nos consoles, mas sofreu inicialmente com problemas de performance e otimização, obrigando a comunidade a criar mods para tornar o jogo mais estável. Esse exemplo mostra que, mesmo com boa vontade, a transição para o PC não é simples e às vezes exige muito retrabalho. Para um diretor que dá extremo valor à identidade do jogo, é compreensível a preocupação de que um port apressado poderia comprometer as qualidades únicas de Bloodborne. Talvez algumas pessoas se recordem de verem conversões mal feitas de clássicos do passado, em que falhas técnicas atrapalhavam o aproveitamento do jogo e geravam frustração entre os fãs.

No entanto, a experiência de títulos como Elden Ring, que foi lançado simultaneamente em diversas plataformas, mostra que a FromSoftware vem investindo mais no mercado de PC. Segundo o portal Eurogamer, Elden Ring vendeu milhões de cópias no Steam, provando que há um público enorme interessado nas criações de Miyazaki no PC. Diante disso, muitos questionam: se a FromSoftware e a Sony já sabem do potencial sucesso que um Bloodborne para PC teria, por que não anunciaram nada ainda? É provável que a resposta seja multifatorial. O perfeccionismo do diretor conta, mas decisões de marketing, acordos de exclusividade e prioridades de desenvolvimento também podem atrasar qualquer projeto relacionado ao jogo.

Enquanto isso, a comunidade continua especulando a todo vapor. Há fãs que tentam recriar momentos de Bloodborne em engines modernas, apenas para matar a saudade do clima único de Yharnam, e outros que ficam atentos a qualquer pequeno rumor ou menção de insiders conhecidos. Em fóruns do Reddit, não é raro encontrar discussões gigantescas que destrincham possíveis pistas em códigos de jogos recentes ou em perfis de desenvolvedores no LinkedIn. Esse fervor é um ótimo indicador de que a franquia ainda está viva na mente de muitas pessoas, mas também reforça a frustração por não haver nenhuma confirmação oficial sobre um lançamento para outras plataformas.

A fama de jogo “lendário”

É inegável que Bloodborne se tornou um clássico moderno. Seu combate focado em esquivas e contra-ataques, o enredo envolto em mistério, a arquitetura vitoriana de suas fases e a ambientação inspirada em literatura de horror cósmico conquistaram muitos admiradores. Algumas pessoas que se encantaram com o jogo relembram aquela sensação de descoberta que se tem ao explorar um mundo desafiador, e especulam que um port para PC daria uma nova vida à obra, prolongando sua popularidade e alcançando quem não pôde experimentá-lo antes. Porém, para quem assistiu a diversas franquias passarem por relançamentos incompletos ou apressados, existe um certo receio de que sem a equipe original as melhorias não sejam feitas com a mesma maestria que tornou Bloodborne tão cultuado.

Possíveis benefícios de um port para PC

Para se ter uma noção de como seria benéfico, vale listar alguns pontos que poderiam ser aprimorados:

• Resolução e taxa de quadros: Muitos fãs sonham com o jogo rodando a 60fps e em resoluções mais altas.
• Modding: A comunidade no PC costuma criar mods que podem melhorar gráficos, reequilibrar o gameplay ou até inserir conteúdos extras não oficiais.
• Acessibilidade: Opções de controle e configurações de interface mais flexíveis podem incluir mais jogadores.
• Comunidade ampliada: Uma base maior de jogadores gera mais discussões, teorias de lore e trocas de experiências.

Observando a trajetória de outros jogos que ganharam novos públicos após chegarem ao PC, parece claro que Bloodborne teria um sucesso significativo nesse território. Ao mesmo tempo, compreende-se o zelo de Miyazaki em manter a essência do jogo intacta, pois cada parte do design de Bloodborne, seja o posicionamento de um inimigo ou a música que toca em um chefe, carrega a assinatura criativa de sua equipe. Uma conversão descuidada para PC poderia gerar problemas de performance e bugs capazes de prejudicar a reputação de um título tão respeitado.

Por ora, permanece o mistério e a expectativa. Talvez, em algum momento, a Sony e a FromSoftware unam esforços para entregar ao público essa versão tão sonhada. Ou talvez o perfeccionismo de Miyazaki seja um obstáculo que somente o tempo – e as negociações – poderão vencer. Seja qual for o desfecho, a comunidade se mantém alerta, sempre pronta para celebrar qualquer anúncio que traga novamente as criaturas sombrias de Yharnam para um novo palco. Há quem lembre de ocasiões em que jogos muito queridos foram relançados com grande sucesso, conquistando uma geração inteira de novos fãs e reavivando a paixão dos veteranos.

Enquanto as especulações não se confirmam, a única certeza é que Bloodborne ainda desperta emoções fortes, seja no PlayStation 4 ou na possibilidade de um dia chegar aos PCs. E, se depender dos pedidos incansáveis dos jogadores, esse dia pode até demorar, mas é difícil imaginar que não vá chegar em algum momento. A esperança continua viva e cada comentário de ex-executivos ou rumores de bastidores mantém a chama acesa para todos que sonham em revisitar (ou conhecer pela primeira vez) as ruas sombrias e atmosferas opressoras de Yharnam.