Avowed: Confira a nossa análise desse RPG de Ação

Avowed

A Obsidian construiu sua reputação com RPGs narrativos profundos, onde escolhas importam e a liberdade do jogador define a jornada. Avowed segue essa tradição, mas de um jeito diferente. Esqueça o sistema isométrico de Pillars of Eternity. Aqui, a perspectiva é em primeira pessoa, o combate é ágil e a exploração tem um formato mais contido.

A trama se passa nas Terras Vivas, uma região pouco explorada de Eora. Você assume o papel de um emissário de Aedyr, enviado para investigar uma ameaça chamada Dreamscourge, uma praga que corrompe almas e mexe com a sanidade. Quem conhece os jogos da Obsidian sabe que a história não vai se limitar a um simples “bem contra o mal”. Expectativa: diálogos afiados, personagens intrigantes e dilemas morais que realmente fazem diferença.

Só que, desta vez, o foco não é em múltiplos finais grandiosos ou um sistema de reputação complexo. As escolhas ainda moldam a jornada, mas de forma mais sutil. Para alguns, isso torna o jogo mais acessível. Para outros, pode parecer uma simplificação excessiva.

Combate mais dinâmico, mas sem perder estratégia

Se tem algo que separa Avowed de seus antecessores, é o combate. A mecânica de empunhadura dupla permite combinar armas e magia de forma fluida. É possível, por exemplo, usar uma espada em uma mão e lançar feitiços com a outra, criando estilos variados de jogo.

Diferente de The Elder Scrolls, onde o combate corpo a corpo pode parecer impreciso, Avowed aposta em um sistema mais impactante. Golpes têm peso, feitiços são visuais e a movimentação é responsiva. O jogo não quer ser apenas “mais um RPG de ação”. Quer que cada batalha tenha ritmo e estratégia.

Um detalhe que pode dividir opiniões é o sistema de magia. Em vez de usar mana, os feitiços funcionam por cooldowns. Isso significa que você nunca fica sem recursos, mas também não pode sair lançando feitiços sem pensar. É uma mudança que torna o combate mais acessível, mas pode desagradar quem gosta de gerenciar cada detalhe da progressão.

Exploração sem um mundo aberto clássico

Muita gente esperava um mapa gigantesco e contínuo, mas Avowed escolheu um caminho diferente. O jogo segue uma estrutura de áreas interconectadas, algo mais próximo de Dragon Age: Inquisition do que de Skyrim.

Isso tem vantagens. As regiões são densas, detalhadas e cheias de segredos. Cada lugar parece ter sido pensado com cuidado, sem aqueles enormes espaços vazios que infestam alguns mundos abertos. Mas, ao mesmo tempo, a sensação de liberdade pode ser menor para quem esperava uma exploração irrestrita.

Visualmente, o jogo entrega cenários vibrantes e com uma direção artística forte. Cidades movimentadas, florestas sinistras, cavernas misteriosas. Há variedade suficiente para manter o jogador curioso, mesmo que o mapa não seja imenso.

Desempenho sólido, mas sem inovações gráficas

Tecnicamente, Avowed faz o básico bem feito. Rodando em um PC com uma RTX 3060 e um Ryzen 5 5600H, o jogo se mantém estável em 1080p com gráficos altos. A taxa de quadros se mantém consistente, sem grandes quedas ou stuttering.

No Steam Deck, a experiência já não é tão tranquila. O jogo não está completamente otimizado para o portátil, e oscilações na taxa de quadros são frequentes. Com ajustes gráficos, dá para jogar, mas não espere uma experiência ideal.

Visualmente, Avowed aposta mais no estilo artístico do que no realismo absoluto. O design dos cenários é ótimo, mas as animações faciais deixam a desejar. Algumas expressões parecem robóticas, algo que pode afetar a imersão em momentos dramáticos.

Avowed entrega o que promete?

Avowed não é um RPG que tenta ser tudo ao mesmo tempo. Ele aposta em acessibilidade sem perder totalmente a identidade da Obsidian. O combate é envolvente, a exploração tem um bom nível de detalhe e a narrativa continua sendo um dos pontos fortes.

Mas algumas decisões podem dividir os jogadores. O sistema de escolhas é menos complexo do que em outros jogos da desenvolvedora. A estrutura de mapas interconectados pode frustrar quem queria um mundo aberto total. O sistema de cooldowns para magia, embora funcional, pode não agradar a todos.

Para quem busca uma aventura envolvente, com um universo bem construído e combates que equilibram ação e estratégia, Avowed entrega uma experiência competente. A narrativa mantém o padrão Obsidian de qualidade, com diálogos bem escritos e personagens interessantes. O sistema de exploração mais contido, em vez de um mundo aberto gigantesco, favorece um nível de detalhamento maior, tornando cada área mais rica e significativa. O combate é responsivo e satisfatório, permitindo diferentes estilos de jogo sem se tornar excessivamente complicado.

Por outro lado, algumas escolhas podem não agradar a todos. A simplificação dos sistemas de RPG, especialmente no gerenciamento de magias e progressão de personagem, pode frustrar fãs que preferem mecânicas mais tradicionais. A liberdade de exploração, embora bem trabalhada, não é irrestrita, o que pode ser um fator decisivo para quem esperava um mundo totalmente aberto. Avowed não revoluciona o gênero, mas se firma como um RPG sólido e bem executado, que prova que a Obsidian ainda sabe construir mundos fascinantes e narrativas cativantes.

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Por Rafael "Peleh"

Eu sou o Rafael, também conhecido como Peleh. Já vi de tudo no mundo dos games, por isso sou eu quem cuida das notícias e análises de games aqui no Steamaníacos!

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