Suikoden 1 & 2: Clássicos incríveis, remasterização mediana

A série Suikoden sempre se destacou por sua narrativa madura, combinando política, guerra e magia de forma brilhante. A versão remasterizada de Suikoden 1 & 2, lançada em 2025, mantém tudo aquilo que fez os jogos originais tão memoráveis, mas falha em entregar um pacote realmente atualizado para os dias de hoje.

Ainda é possível seguir walkthroughs antigos sem mudanças nos eventos ou na localização de itens e personagens. Isso pode ser ótimo para quem busca nostalgia, mas também mostra que a remasterização se limita a ajustes visuais e pequenas adições de qualidade de vida, sem reformulações profundas na interface ou nos sistemas de jogo.

O grande destaque continua sendo o sistema de recrutamento, onde cada título oferece 108 personagens jogáveis. Montar uma base do zero e vê-la crescer à medida que novos aliados se juntam à causa é tão satisfatório quanto sempre foi.

Narrativa poderosa e combates variados

O maior trunfo de Suikoden 1 & 2 continua sendo a forma como entrelaçam política e drama pessoal. Os jogos abordam temas como traição, sacrifício e lealdade, com diálogos curtos e diretos que aumentam o impacto das cenas mais dramáticas.

O sistema de combate permanece diversificado, oferecendo três estilos distintos:

  1. Batalhas tradicionais: Encontros rápidos e dinâmicos, onde grupos de seis personagens atacam simultaneamente, criando sequências visuais caóticas e empolgantes.
  2. Duelos: Confrontos individuais no estilo “pedra, papel e tesoura”, onde a estratégia está em interpretar os diálogos do inimigo para prever seus ataques.
  3. Batalhas de exércitos: Em Suikoden 1, essas lutas seguem um sistema semelhante aos duelos, enquanto Suikoden 2 adota um formato de RPG tático, onde unidades se movem por um mapa de grade.
  4. Essas mecânicas garantem que as batalhas nunca fiquem repetitivas e ajudam a dar peso às decisões do jogador.

No entanto, a remasterização mantém um dos maiores problemas do jogo original: personagens podem morrer de forma permanente nas batalhas de exército, às vezes por puro azar. Esse sistema era frustrante nos anos 90 e continua sendo uma decisão questionável em 2025.

O que há de novo?

Embora as mudanças sejam sutis, algumas adições são bem-vindas:

  • Opção de acelerar batalhas padrão, reduzindo o tempo gasto nos encontros aleatórios.
  • Novo sistema de dificuldade, permitindo alternar entre fácil e normal a qualquer momento. Já o modo difícil é uma escolha fixa para quem quer um desafio maior.
  • Registro de conversas, permitindo revisar os últimos 100 diálogos e salvar informações importantes para referência.

Outra novidade é a inclusão de movimento diagonal, algo que pode parecer pequeno, mas torna a exploração muito mais fluída.

Infelizmente, um dos maiores problemas permanece: não há opção de salvar a qualquer momento. O jogo conta apenas com um autosave limitado, que só ativa em salas de salvamento—uma escolha inexplicável em um RPG remasterizado.

Diferenças visuais entre os dois jogos

A remasterização tenta modernizar a estética dos jogos, mas o resultado é inconsistente.

Suikoden 2 se beneficia muito mais dos retoques gráficos, com efeitos de iluminação aprimorados, animações de feitiços mais impactantes e mapas com texturas renovadas. Já Suikoden 1 recebe um tratamento mais simples, com interiores que parecem vazios e sem detalhes.

Vale a pena jogar a remasterização?

A essência de Suikoden 1 & 2 continua intacta, e revisitar essas histórias ainda é uma experiência incrível. O equilíbrio entre política, guerra e relações pessoais faz desses jogos algo único, e a sensação de recrutar aliados e expandir sua base permanece tão satisfatória quanto antes.

No entanto, essa coleção poderia ter sido muito mais. Suikoden 2 recebeu um belo tratamento visual, enquanto Suikoden 1 ficou aquém do esperado, com cenários estéreis e menus desatualizados. Além disso, a ausência de um sistema de salvamento moderno e ajustes na interface deixa algumas mecânicas mais engessadas do que deveriam ser.

Para quem já conhece a série e quer reviver esses clássicos, a remasterização entrega o básico. Mas para aqueles que esperavam uma versão realmente aprimorada, as falhas podem pesar na experiência. Os jogos ainda brilham por conta própria, mas a remasterização não faz jus à grandiosidade da série.

Comente!

Compartilhar!

Mais Opções
Por Rafael "Peleh"

Eu sou o Rafael, também conhecido como Peleh. Já vi de tudo no mundo dos games, por isso sou eu quem cuida das notícias e análises de games aqui no Steamaníacos!

Leia Mais Sobre