Bungie apresenta Marathon, seu novo jogo após Destiny
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Marathon é mais do que apenas o retorno de uma franquia clássica da Bungie — é um salto ousado em direção a um futuro onde sobrevivência, loot e narrativa se entrelaçam em partidas imprevisíveis e brutais. Com lançamento marcado para 23 de setembro de 2025, o jogo resgata o nome de uma série dos anos 90, mas abandona completamente suas raízes singleplayer para abraçar o formato dos shooters de extração. A proposta? Jogadores assumem o papel de “runners”, consciências humanas transplantadas para corpos cibernéticos, que lutam por recursos em um planeta abandonado e hostil.
Mas não espere uma experiência indulgente. Marathon é um jogo construído em torno da perda. Derrotas doem, loot desaparece, e cada partida pode terminar em frustração ou glória. O que a Bungie quer, no fundo, é transformar esse ciclo de risco e recompensa em uma verdadeira máquina de histórias — onde até um fracasso pode render um momento memorável.
Um renascimento não tão nostálgico
O anúncio de Marathon reacendeu a chama de muitos fãs veteranos da Bungie, especialmente aqueles que viveram a era dourada da trilogia original no Mac. Mas o novo jogo não é exatamente um retorno às origens. Apesar do nome familiar, a proposta é completamente diferente: Marathon agora é um shooter de extração PvPvE ambientado em um planeta abandonado chamado Tau Ceti IV. Nada de campanha solo ou nostalgia confortável. Em vez disso, temos uma experiência implacável, onde cada passo é uma aposta, cada vitória, uma exceção.
Com lançamento previsto para 23 de setembro de 2025, Marathon será o primeiro jogo original da Bungie desde Destiny. E a aposta é alta. O estúdio não só quer competir com gigantes como Escape From Tarkov e Hunt: Showdown, mas também quer redefinir o gênero, usando sua expertise em FPS para criar algo mais ambicioso e emocionalmente envolvente.
Morra, volte, repita – e conte a história
Em Marathon, você não joga com humanos tradicionais. Você controla “runners”, humanos que transferiram sua consciência para corpos cibernéticos impressos em 3D. Esses avatares invadem os destroços de Tau Ceti IV em busca de loot, cumprindo contratos e enfrentando ameaças que variam de forças remanescentes da UESC (United Earth Space Council) até a própria fauna alienígena.
Cada missão dura até 25 minutos e o objetivo final é sempre o mesmo: extrair vivo com o máximo de recursos possível. Parece simples, mas a chance de sucesso é menor do que 50%, segundo a própria Bungie. A cada run fracassada, você perde tudo que estava carregando. Não há segunda chance, nem backup. E isso, ao invés de ser um obstáculo, é o coração da proposta: cada falha é uma narrativa, cada vitória, um épico.
O ritmo do combate, o sabor da Bungie
Quem já jogou Destiny vai reconhecer imediatamente a assinatura da Bungie no combate. As armas têm peso, as granadas têm aquele arco satisfatório, e o recuo é calibrado com precisão. A sensação de atirar em Marathon é, sem exagero, uma das mais refinadas do gênero. Desde a escopeta com animação de rotação ao estilo Tex Mechanica até o rifle de energia Twin Tap HBR, cada arma parece ter personalidade própria.
Mas não espere exageros. Marathon evita o caos das habilidades supers e do arsenal fantasioso. As armas são letais, mas contidas. Não há lançadores de foguetes nem explosivos que eliminam equipes inteiras. O foco está na precisão, no posicionamento e na tomada de decisões sob pressão.
Runners e tática em equipe
Marathon não é sobre heróis solitários. Ele foi projetado desde o início para ser jogado em equipes de três. No lançamento, quatro “runners” estarão disponíveis, cada um com habilidades únicas que definem seu papel no time:
- Blackbird fornece informações com seu radar e revela posições inimigas com execuções.
- Void é o especialista em furtividade, com camuflagem ativa e bombas de fumaça.
- Glitch aposta na mobilidade extrema com saltos duplos e deslizamentos longos.
- Locus é o tanque da equipe, com escudo defensivo e mísseis teleguiados.
Cada classe oferece uma dinâmica diferente, incentivando composições variadas e sinergias táticas. É possível jogar sozinho ou em dupla, mas com o autofill desligado, você enfrentará trios completos — o que transforma cada combate em um verdadeiro desafio.
Mapas, extração e tensão constante
No início, três mapas estarão disponíveis. Perimeter, de tamanho médio e ambientação florestal, comporta cinco equipes. Dire Marsh é mais aberto, ideal para seis esquadrões simultâneos. Outpost, o terceiro mapa de lançamento, é mais claustrofóbico e tenso.
Mas o grande destaque é o mapa que virá algumas semanas após o lançamento: UESC Marathon, a nave orbital que dá nome ao jogo. Enigmática, difícil e cheia de segredos, a promessa é que esse mapa seja o equivalente a uma raid de Destiny, com quebra-cabeças, objetivos complexos e “mecanismos de estresse” que desafiarão até os jogadores mais experientes.
Loot, economia e destruição
A economia de Marathon gira em torno do loot — e ele é efêmero. Armas possuem durabilidade oculta: quanto mais vezes trocarem de dono, mais próximo estão de desaparecer. Isso evita que um mesmo equipamento domine a temporada inteira.
A raridade segue a lógica tradicional de comum a épico, mas os mods dourados oferecem mudanças drásticas. Um exemplo? Transformar uma Magnum em um rifle de precisão portátil. O desafio, claro, é sobreviver tempo suficiente para aproveitar essas melhorias.
Contratos com facções adicionam uma camada extra à progressão. Cada grupo oferece benefícios exclusivos, mas você só pode ter um contrato ativo por vez. Completar tarefas específicas aumenta sua reputação e desbloqueia novas vantagens e itens no mercado negro.
Narrativa emergente e o peso da morte
Ao contrário de outros shooters que empurram uma história fixa, Marathon é o que a Bungie chama de “motor narrativo”. A ideia é que a história surja das interações e experiências do jogador: emboscadas tensas, traições durante extração, vitórias suadas contra todas as probabilidades.
Ainda assim, há uma narrativa central. O que aconteceu com os 30 mil colonos de Tau Ceti IV? Por que a UESC parece esconder informações? E o que está realmente dentro da nave Marathon? As respostas virão por meio das temporadas, cada uma com nova lore, eventos e surpresas — sempre tentando manter o senso de descoberta.
Estilo visual e ambientação
Marathon impressiona à primeira vista. A estética mistura horror sintético com cores ácidas e formas industriais. É como se Mirror’s Edge encontrasse cyberpunk com um toque de Into the Spider-Verse. Os personagens, embora futuristas, mantêm proporções realistas, o que reforça a imersão.
A trilha sonora também merece destaque. Camadas de distorção digital e ruídos sutis criam uma atmosfera tensa e opressiva. Não há música triunfante, apenas a expectativa constante de que algo pode dar errado a qualquer momento.
A ausência do chat de voz por proximidade
Uma ausência sentida é o chat por proximidade. Embora seja uma das mecânicas sociais mais memoráveis em jogos como Hunt: Showdown, a Bungie optou por não incluí-lo. A justificativa é clara: dificuldade de moderação e risco de toxicidade. A decisão dividiu opiniões. Para alguns, é uma proteção necessária. Para outros, uma limitação que diminui o potencial de interações emergentes e histórias imprevisíveis.
As dores do live service
Marathon é, sem dúvida, um jogo ambicioso. Mas ele também carrega o peso de ser um produto live service — com todas as expectativas e armadilhas que isso implica. A Bungie promete temporadas a cada três meses, com wipes de loot, novos runners e armas. Mapas serão mais escassos, provavelmente um ou dois por ano.
A ausência de elementos como uma caixa de segurança para proteger pelo menos um item em caso de falha pode afastar jogadores mais casuais. O estúdio ainda analisa alternativas para suavizar a frustração das derrotas, como recompensas baseadas em XP e contratos completos, mesmo em runs fracassadas.
O cenário interno da Bungie
O desenvolvimento de Marathon não foi tranquilo. Desde 2023, a Bungie enfrentou demissões em massa e reestruturações. Chris Barrett, diretor original do projeto, foi desligado e substituído por Joe Ziegler, ex-diretor de Valorant. Problemas internos, cortes de orçamento e uma demanda cada vez maior por resultados colocam uma pressão gigantesca sobre o lançamento.
Sony, que comprou a Bungie por US$ 3,6 bilhões, espera retorno. E com o fracasso de outros projetos live service recentes, como Concord, a margem de erro é mínima. Marathon precisa não apenas ser bom — precisa ser viável, sustentável e relevante.
Vale a pena se preparar?
Com tudo isso em mente, Marathon se mostra como um jogo para quem gosta de risco, tensão e recompensas que vêm a duras penas. É uma experiência que testa não só reflexos, mas também paciência e resiliência emocional. Não vai agradar a todos. E nem quer.
Mas para quem busca uma experiência intensa, narrativa e cheia de adrenalina — onde cada extração bem-sucedida é uma história digna de ser contada — Marathon pode se tornar uma nova referência no gênero.
Agora, só nos resta esperar o dia 23 de setembro e ver se o futuro que a Bungie desenhou para Tau Ceti IV é de glória… ou mais uma cratera no solo árido dos shooters de extração.
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Sou o Leo, geralmente jogo com o nick blade95. Sou apaixonado por jogos de FPS e amo montar PC Gamer! Aqui no Steamaníacos cuido de tudo sobre Hardware, review, preview, testes e novidades para o nosso mundo gamer!