Review Dice ‘n’ Goblins: Um RPG fofo com combates por dados
Nem todo RPG precisa salvar o mundo — às vezes, só queremos rolar uns dados e bater em goblins.
Dice ‘n’ Goblins chega com essa proposta: um RPG leve, direto ao ponto e recheado de carisma. Com visual que remete ao charme de Paper Mario e mecânicas que flertam com sistemas de RPG de mesa, o jogo aposta na simplicidade para entregar uma experiência divertida e estratégica. Você controla uma criaturinha determinada a escapar de um calabouço mecânico cheio de perigos — e o faz rolando dados, ativando combos e montando builds cada vez mais criativas. Parece simples, mas por trás da estética fofa, existe um sistema de combate surpreendentemente profundo e viciante.
Uma jornada pequena, mas cheia de personalidade
Em Dice ‘n’ Goblins, a premissa é simples e direta: você é um pequeno goblin tentando escapar de um enorme calabouço enquanto ajuda sua comunidade a fugir de uma máquina ameaçadora. A jornada, apesar de modesta, ganha peso graças ao carisma do protagonista e à direção de arte que lembra bastante Paper Mario — com animações simples, mas cheias de personalidade, e um estilo visual acolhedor e eficiente.
O jogo tem aquele espírito de RPG old-school, sem grandes reviravoltas narrativas, mas com mecânicas sólidas o suficiente para manter o jogador preso por horas. Ele acerta justamente por não tentar ser mais do que é: um dungeon crawler descomplicado, mas que sabe entregar profundidade no combate e na criação de builds.
Dados, combos e estratégia em turnos
A mecânica central de Dice ‘n’ Goblins gira em torno do uso de dados. Equipar uma adaga, por exemplo, concede um dado de quatro lados com foco em dano. Outros equipamentos trazem dados voltados para defesa ou cura. O truque é que suas ações não dependem apenas de números altos, mas de combinações específicas.
O sistema de combos adiciona uma camada estratégica inesperada: rolar determinados valores ativa efeitos especiais dependendo dos itens que você carrega. Uma bandagem, por exemplo, pode curar muito mais se você conseguir uma sequência 1-2-3. Essa ideia de recompensar combinações — e não só valores absolutos — traz um toque de TTRPG aos combates que agrada imediatamente.
Além disso, é possível gastar pontos para rerrolar dados ou encaixá-los em habilidades específicas, o que permite transformações interessantes. Um feitiço que muda um dado de cura em dano, por exemplo, pode ser mais útil na sua versão fraca do que na forte, dependendo da sua estratégia.
Inimigos inteligentes e builds criativas
Outro ponto que brilha é o fato de que os inimigos também usam combos. Isso força o jogador a pensar duas vezes antes de investir pesado em apenas um tipo de dado ou número. Se o chefão da área tem habilidades que ativam com resultados “2”, talvez não seja uma boa ideia construir seu personagem em cima de bônus ao rolar esse número.
O jogo recompensa quem monta builds diversas, e cada novo equipamento adquirido abre espaço para experimentar uma nova abordagem. A variedade de possibilidades é surpreendente, e mesmo nas primeiras horas já dá para visualizar caminhos bem distintos para montar seu goblin guerreiro.
O calabouço é labirinto e armadilha
Fora do combate, a exploração se dá no estilo dungeon crawler tradicional — com movimentação em blocos e armadilhas pelo caminho. Essa parte funciona bem, mas esbarra em um problema recorrente: a arte simples demais pode tornar o labirinto repetitivo. Corredores muito parecidos e pouca diferenciação visual entre salas confundem facilmente, mesmo com a presença de um sistema de mapa e notas.
Ainda assim, o design dos quebra-cabeças e armadilhas mantém o ritmo interessante. Cair em buracos ou puxar alavancas sempre gera alguma mudança inesperada, o que incentiva a exploração mesmo quando a navegação é um pouco frustrante.
Dice ‘n’ Goblins acerta em cheio ao entregar uma experiência leve, mas cheia de pequenas surpresas. O sistema de dados, os combos e a variedade de builds garantem longevidade, mesmo com limitações gráficas e uma interface que poderia ser mais amigável. Para quem busca um RPG diferente, sem o peso das grandes tramas épicas, este pequeno dungeon crawler é uma ótima pedida.
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Eu sou o Rafael, também conhecido como Peleh. Já vi de tudo no mundo dos games, por isso sou eu quem cuida das notícias e análises de games aqui no Steamaníacos!
