MMO gratuito Brighter Shores chega ao acesso antecipado na Steam

Brighter Shores

RuneScape marcou toda uma geração de jogadores. Para muitos de nós, foi a primeira experiência com MMOs, aquele momento mágico de descobrir um mundo virtual repleto de possibilidades, onde podíamos ser heróis ao lado de completos desconhecidos. Agora, duas décadas depois, Andrew Goyer, designer original do clássico, tenta recriar essa magia com Brighter Shores, um novo MMO gratuito disponível em acesso antecipado na Steam.

Após duas semanas explorando este sucessor espiritual de RuneScape, fica evidente que Brighter Shores se concentra mais em sistemas de progressão do que na criação de um mundo vivo e respirável.

Um mundo fragmentado

Diferente da vastidão contínua e explorável de RuneScape, Brighter Shores divide seu universo em pequenas áreas isoladas, conectadas por pontos de saída específicos. É como se cada região fosse uma sala independente flutuando no vazio, sem qualquer conexão orgânica com as áreas vizinhas. Esta estrutura fragmentada elimina aquela sensação de descoberta constante que fazia o original tão especial.

O sistema de profissões também sofre com esta compartimentalização. Cada atividade tem seu lugar específico e predeterminado no mundo. Os peixes Sandy Pufferfish só podem ser pescados em Wilhope Crossing, as Creamy Wallplants só crescem em Old Street West ou East, e existe apenas uma cozinha para preparar alimentos em todo o jogo.

Progressão linear vs. Exploração

A maior diferença entre os dois jogos está na abordagem à progressão do personagem. Enquanto RuneScape permitia que os jogadores descobrissem naturalmente novas atividades e recursos, Brighter Shores apresenta tudo de forma linear e programada. Cada novo nível desbloquia exatamente o que o jogo já havia informado que desbloquearia, eliminando qualquer elemento surpresa ou descoberta.

O sistema de “episódios” do jogo também contribui para esta sensação de limitação. As profissões são específicas para cada região, e algumas áreas só podem ser acessadas através de uma assinatura premium. Ao mudar de episódio, você precisa recomeçar suas habilidades do zero, incluindo combate, criando uma experiência ainda mais fragmentada.

A nostalgia nem sempre é suficiente

Para aqueles que viveram a era dourada de RuneScape, o jogo conseguia transformar seus gráficos simples em um mundo que parecia infinitamente maior do que realmente era. Brighter Shores, apesar de suas boas intenções, acaba se perdendo em sistemas muito compartimentalizados e previsíveis, falhando em capturar a essência do que tornou seu predecessor tão especial.

A sensação ao jogar é mais parecida com seguir um guia de evolução do que explorar um mundo cheio de possibilidades. Falta aquela liberdade que permitia aos jogadores criarem suas próprias aventuras, descobrirem segredos por conta própria e se perderem em um mundo que, mesmo simples, se sentia vivo e dinâmico.

Comente!

Compartilhar!

Mais Opções
Por Rafael "Peleh"

Eu sou o Rafael, também conhecido como Peleh. Já vi de tudo no mundo dos games, por isso sou eu quem cuida das notícias e análises de games aqui no Steamaníacos!