Jogamos Blood Typers: uma mistura de terror e digitação em um caos cooperativo

Blood Typers é uma experiência que desafia todas as expectativas do gênero survival horror. Ao invés dos controles tradicionais, aqui cada movimento, ação e ataque é realizado através da digitação. Isso mesmo—para se deslocar, pegar itens ou enfrentar uma horda de zumbis, você precisa digitar rapidamente as palavras que aparecem na tela. Parece uma ideia bizarra? Com certeza. Mas a execução surpreendentemente funciona, resultando em um jogo cooperativo divertido, tenso e muitas vezes hilário.

Inspirado em clássicos do terror como Resident Evil Outbreak, mas com a mecânica maluca de The Typing of the Dead, Blood Typers coloca os jogadores em um estúdio de cinema amaldiçoado, onde criaturas monstruosas caçam qualquer um que ainda esteja respirando. Com cenários gerados proceduralmente e armas que afetam diretamente a forma como se digita, cada partida é uma experiência única.

Digitar rápido ou morrer tentando

Diferente de outros jogos de terror, onde combate e exploração envolvem botões e direcionais, Blood Typers obriga o jogador a se concentrar na digitação para realizar qualquer ação. Movimentação? Digite a palavra no chão. Pegou um item? Escreva “pegar [item]”. Para lutar, basta pressionar Tab para entrar no modo de combate e digitar rapidamente as palavras que aparecem sobre os inimigos.

O grande diferencial está na variedade das armas e como elas afetam a jogabilidade. Armas brancas exigem um ritmo constante de digitação para manter o inimigo atordoado. Pistolas podem errar tiros se você cometer erros de ortografia. O lança-chamas reduz a quantidade de letras que precisa digitar para causar dano. E o “Necrolexicon”, um grimório mágico, dispara feitiços poderosos, mas exige palavras muito mais longas.

A mistura entre mecânica de digitação e survival horror funciona de maneira surpreendente. O jogo exige coordenação entre os jogadores, especialmente em momentos de desespero, onde um simples erro de digitação pode significar o fim da partida.

Cooperação e caos digitado

Blood Typers brilha ainda mais no modo cooperativo, permitindo que até quatro jogadores se dividam para explorar o estúdio amaldiçoado. O jogo incentiva a clássica estratégia de “dividir para conquistar”, mas isso pode sair pela culatra se uma horda surgir antes do grupo se reagrupar.

Além disso, o jogo tem um sistema de tempo que adiciona urgência. Um cronômetro avisa quando uma horda inimiga vai aparecer, forçando o grupo a tomar decisões rápidas e eficientes. Estocar munição? Buscar uma rota de fuga? Montar barricadas? Tudo precisa ser decidido antes do ataque inevitável.

As mecânicas de grupo também permitem estratégias interessantes. Durante o combate, os jogadores podem focar em diferentes partes do inimigo digitando palavras específicas. Se todos acertarem seus ataques simultaneamente, o monstro pode cair rapidamente, mas basta um erro de digitação para transformar uma vantagem em um desastre.

A tensão do horror com o humor do absurdo

Apesar da ambientação sombria e dos monstros grotescos, Blood Typers não se leva tão a sério. O visual lembra os jogos de terror low-poly do PlayStation 2, e os personagens são uma mistura de estereótipos de filmes de terror e figuras cartunescas. O tom do jogo é mais voltado para o humor bizarro do que para um horror psicológico pesado, o que faz com que a tensão do gameplay seja equilibrada por momentos de pura diversão.

E o jogo sabe explorar isso muito bem. Palavras estranhas surgem nos momentos mais inoportunos, levando a acessos de riso que podem custar caro durante um ataque. Além disso, os personagens jogáveis possuem habilidades que nem sempre são bem equilibradas. Alguns, como a gótica Ophelia, possuem vantagens significativas (mais espaço no inventário), enquanto outros têm habilidades menos úteis, como a capacidade de preparar comida um pouco mais rápido.

Ainda há espaço para melhorias

Blood Typers já é um jogo sólido e divertido, mas não está livre de problemas. Algumas mecânicas, como o balanceamento dos personagens, poderiam ser melhor ajustadas para garantir mais variedade na escolha do elenco. Além disso, o sistema procedural às vezes gera mapas onde itens essenciais ficam escondidos atrás de objetos intangíveis, ou os inimigos aparecem agrupados de forma estranha.

Felizmente, esses problemas não chegam a comprometer a experiência. Em todas as sessões de jogo testadas, os erros foram pequenos inconvenientes, sem impacto real na diversão. O estúdio responsável pelo jogo já prometeu novas atualizações e conteúdos extras, então há um grande potencial para Blood Typers continuar evoluindo e se tornando ainda mais interessante.

Blood Typers prova que até mesmo uma ideia aparentemente absurda pode resultar em um jogo excelente quando bem executada. A mistura de digitação frenética, terror cooperativo e estratégia faz com que cada partida seja um desafio único e imprevisível. Se você tem bons reflexos no teclado e gosta de jogos de horror com um toque de humor, essa pode ser uma das experiências mais inusitadas e divertidas que você terá no ano.

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Por Rafael "Peleh"

Eu sou o Rafael, também conhecido como Peleh. Já vi de tudo no mundo dos games, por isso sou eu quem cuida das notícias e análises de games aqui no Steamaníacos!