Cronos: The New Dawn promete horror em dois tempos e monstros que se fundem

Cronos The New Dawn

O estúdio que reacendeu a chama de Silent Hill está pronto para embarcar em um universo próprio — e as primeiras imagens de Cronos: The New Dawn indicam que ele será sombrio, brutal e surpreendentemente ambicioso. Anunciado oficialmente com um trailer de gameplay no dia 16 de abril, o jogo é a nova aposta da Bloober Team para os fãs de horror psicológico e ficção científica. E, como era de se esperar, o clima é de tensão constante.

Ao que tudo indica, Cronos quer explorar o conceito de medo não só através da ambientação e narrativa, mas também do próprio funcionamento dos inimigos. Eles não morrem de verdade — ou, pelo menos, não do jeito tradicional. A mecânica conhecida como The Merge torna cada batalha uma decisão estratégica urgente: se você derrubar uma criatura e não a incinerar, ela pode ser absorvida por outro inimigo e retornar ainda mais letal.

A fusão é inevitável — ou quase

Esse conceito, apresentado de forma impactante no trailer, parece ser o diferencial de Cronos. Diferente de outros jogos em que derrubar um inimigo é o fim do problema, aqui é apenas o começo de um novo risco. A ideia de que cadáveres devem ser queimados antes de serem fundidos a outros monstros remete ao clássico medo do contágio, da proliferação descontrolada. E se o jogador hesitar, o combate muda radicalmente.

As palavras dos desenvolvedores reforçam esse senso de urgência. Segundo Jacek Zięba, o jogo mistura “viagem no tempo, pavor retrofuturista e horror corporal”. Para Wojciech Piejko, co-diretor e designer, é o fogo que garante o controle — ou ao menos uma chance de sobrevivência. Aparentemente, Cronos não se contenta em assustar, ele quer forçar o jogador a tomar decisões rápidas e cruéis.

Cronos: The New Dawn

Uma Polônia deformada pelo tempo

A ambientação também merece destaque. O jogador viverá em dois períodos distintos: um futuro arruinado por eventos apocalípticos e a Polônia dos anos 1980, com seus blocos urbanos inspirados em Nowa Huta, distrito brutalista de Cracóvia. É um cenário que mistura decadência histórica com anomalias temporais, criando uma estética que flerta com o surrealismo.

Nesse espaço corrompido, surge New Dawn, uma versão alternativa e desfigurada do mundo real. Ainda não está claro como se dará a transição entre as duas épocas, mas a ideia de cruzar diferentes momentos da história para tentar impedir o apocalipse traz um charme narrativo irresistível. Afinal, o que pode ser mais desesperador do que lutar contra o tempo — literalmente?

O viajante e os órfãos

No centro dessa jornada está o personagem conhecido como Traveller, um agente da organização Collective, incumbido de uma missão enigmática: resgatar figuras-chave da história antes que o colapso global as alcance. Enfrentando criaturas grotescas chamadas Orphans, criadas a partir dos piores medos da humanidade, o jogador terá que balancear combate, exploração e decisões com peso narrativo.

Embora o trailer não revele detalhes profundos da trama, ele oferece vislumbres de personagens intrigantes e ambientes densos em significado. É possível que a própria noção de “tempo” e “identidade” seja colocada em xeque durante o progresso da campanha — algo que já faz parte da assinatura da Bloober Team, como visto em The Medium e Layers of Fear.

Cronos: The New Dawn

Estética, música e atmosfera

A estética de Cronos flerta com o retrofuturismo distorcido. É um futuro que envelheceu mal, misturado à dureza do passado. A arquitetura brutalista parece colapsar sob o peso das anomalias temporais, enquanto os inimigos — disformes, orgânicos e ameaçadores — lembram pesadelos saídos de uma mente perturbada por Cronenberg.

A trilha sonora contribui ainda mais para essa ambientação. Composta por Arkadiusz Reikowski, premiado por seu trabalho em jogos como Observer e The Medium, a música do trailer foi feita em parceria com a banda folk polaco-ucraniana Zazula. A sonoridade é etérea, mas opressora, mesclando sintetizadores e vocais distorcidos que ecoam o próprio tema da fusão — som, tempo e identidade se misturam em algo novo e perturbador.

Uma proposta ousada

Embora ainda não haja uma data exata, a previsão de lançamento para este ano já aumenta a expectativa. O fato de ser uma nova IP — e não apenas mais uma reinterpretação — mostra que a Bloober Team está disposta a arriscar. A estrutura do gameplay, aliada ao enredo fragmentado por linhas temporais e decisões críticas, pode resultar em uma experiência imersiva, tensa e imprevisível.

Mas como toda proposta ousada, ela vem acompanhada de dúvidas. Como será o balanceamento da mecânica de fusão? Haverá variedade suficiente de inimigos e armas para manter o ritmo? E o mais importante: será que a narrativa consegue sustentar o peso filosófico que parece propor?

Assista ao trailer de gameplay e tire suas próprias conclusões:

A verdade é que Cronos: The New Dawn ainda é um mistério. Mas um mistério fascinante. Tudo nele — da ambientação à trilha, da proposta mecânica à estética — parece desenhado para perturbar, provocar e desafiar. E se a Bloober Team cumprir o que está prometendo, podemos estar diante de um dos jogos de horror mais marcantes do ano.

Resta saber se, no fim das contas, conseguiremos queimar nossos medos antes que eles se fundam em algo ainda pior.

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Por Leo "Blade"

Sou o Leo, geralmente jogo com o nick blade95. Sou apaixonado por jogos de FPS e amo montar PC Gamer! Aqui no Steamaníacos cuido de tudo sobre Hardware, review, preview, testes e novidades para o nosso mundo gamer!