Novo metroidvania Possessor(s) chega esse ano com mundo caótico e gameplay visceral

Um mundo em colapso. Uma cidade destruída por forças que jamais deveriam ter cruzado os limites da realidade. Uma protagonista que perdeu as pernas… e ganhou um demônio. E uma guitarra elétrica como arma. Se nada disso fizer sentido de imediato, não se preocupe — Possessor(s) também não pretende facilitar sua entrada.

O novo jogo da Heart Machine, estúdio conhecido por Hyper Light Drifter, é uma ode ao caos estilizado, à ação precisa e à exploração imersiva, envolto em um metroidvania que parece ter saído direto de um anime dos anos 2000. Mas diferente dos clichês apocalípticos enlatados, Possessor(s) abraça o absurdo e o desconforto como partes essenciais da jornada.

Demon legs e drama urbano

A protagonista, Luca, não é uma heroína clássica. Ela está ferida, emocionalmente e fisicamente. Em meio a um ataque demoníaco que dizimou tudo, ela é salva — ou amaldiçoada — por Rem, uma entidade demoníaca que se aloja em seu corpo e lhe oferece um novo par de pernas… demoníacas. O preço? Uma presença constante e cínica ao seu lado, como se um mercenário de moral duvidosa decidisse acampar na sua alma.

A dinâmica entre os dois promete ser uma das forças narrativas do jogo, funcionando tanto como motor emocional quanto como contraste de perspectivas: a idealista forçada a confiar no pragmático, o humano e o inumano presos no mesmo corpo, tropeçando juntos entre os escombros da civilização.

Tudo é possuído — até o mouse

O charme grotesco de Possessor(s) reside no seu mundo. Os demônios que invadem a Terra precisam de hospedeiros. Mas com poucos humanos disponíveis, eles acabam possuindo o que encontram: câmeras de segurança, mesas de escritório, fax machines — e sim, até guitarras. O resultado é um bestiário bizarro onde cada inimigo é um objeto cotidiano tomado pelo desespero e a dor de existir fora de seu propósito original.

E essa lógica se estende às armas. O grappling hook? Um mouse de computador com fio. A espadona estilo Guts? Uma guitarra elétrica tomada por uma presença maligna. É como se o mundo de Luca tivesse colapsado ao ponto em que o lixo do escritório virou arsenal de guerra.

Um mapa real, não só um quebra-cabeça

Ao contrário de muitos metroidvanias onde os ambientes parecem abstrações disfarçadas de salas, Possessor(s) tem um senso de lugar surpreendente. O prédio corporativo destruído do começo do jogo parece exatamente isso: um escritório quebrado, onde cada andar conta uma história, e não apenas serve como palco de plataforma. A sensação é a de observar uma maquete do fim do mundo.

A narrativa ambiental e a construção de mundo são pilares aqui. Não há setas gritando para onde ir. O mapa começa quase vazio, e à medida que você progride, ele se desenrola com a clássica e gratificante revelação do “ainda tem muita coisa por vir”.

Parry, gancho e ritmo brutal

O combate, por sua vez, injeta energia de Platinum Games no coração do metroidvania. É rápido, responsivo e estiloso, com direito a sistema de parry (que lembra Smash Bros.) e batalhas contra chefes que exigem tanto timing quanto criatividade.

Um dos chefes vistos na prévia era uma aberração alada, voando em padrão de bombardeio e exigindo que o jogador devolvesse os projéteis no timing exato. Nada de hack’n’slash automático — aqui, a vitória é coreografada, quase dançada.

Uma identidade visual que grita “Toonami”

Se o estilo visual de Possessor(s) parece saído de uma madrugada na TV a cabo em 2003, não é por acaso. A direção de arte bebe diretamente de animes como Death Note e YuYu Hakusho, com personagens que exalam personalidade em cada frame. São sprites 2D em um mundo 3D, escolhidos não por limitação técnica, mas porque o foco é expressividade, estilo e impacto visual.

Um futuro possuído — por potencial

Ainda sem data definida, Possessor(s) já pode ser adicionado à lista de desejos no Steam. E mesmo com tanta concorrência no gênero, o jogo parece saber exatamente quem é: estranho, intenso, grotesco, com alma de anime perdido no VHS e coração de arcade pós-apocalíptico.

A Heart Machine não quer apenas criar outro metroidvania. Quer criar um mundo que respira, grita, se contorce — e, às vezes, toca guitarra elétrica enquanto faz isso.

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Por Leo "Blade"

Sou o Leo, geralmente jogo com o nick blade95. Sou apaixonado por jogos de FPS e amo montar PC Gamer! Aqui no Steamaníacos cuido de tudo sobre Hardware, review, preview, testes e novidades para o nosso mundo gamer!