Stellar Blade: A sensualidade e crueza do hack’n’slash em uma jornada pós-apocalíptica
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Não é exagero dizer que Stellar Blade tem um dos sistemas de combate mais satisfatórios do ano. O primeiro confronto já exige mais do que simples cliques — é preciso ritmo, leitura, coragem. Cada parry tem tempo de ouro. Cada esquiva no último segundo é um mini espetáculo. Quando acertei meu primeiro “Retribution” — um golpe brutal ativado após uma sequência de bloqueios perfeitos — fui recompensado não só com dano, mas com uma sensação visceral de domínio.
Tudo pulsa com peso. Não é hack’n’slash oco. É dança com lâmina, punho cerrado e precisão. O sistema lembra os acertos de Sekiro, mas sem o rigor letal. Ele permite errar, mas não perdoa o desleixo. Os combates são performance. E você, o coreógrafo.
Um visual que te faz pausar só pra olhar
Graficamente, Stellar Blade é um colosso. Os cenários futuristas destruídos, as câmeras que giram durante golpes especiais, o brilho das lâminas e os fluidos que espirram com cada acerto. Tudo parece ter sido tratado com verniz estético milimetricamente calculado.
A personagem principal, Eve, se move como uma figura de ação de alta precisão, e os chefões ocupam a tela como entidades mitológicas reimaginadas por designers obcecados por simetria e grotesco. A beleza é inquietante. Você quer seguir em frente, mas para no meio da arena só pra contemplar.
No PC, o jogo roda liso, mesmo nos momentos mais frenéticos. Resolução, fluidez, reflexos de luz… é o tipo de polimento que faz você esquecer que está jogando — parece que está assistindo algo em ultra-definição, só que com as mãos no comando.

Chefes que ensinam, humilham e exaltam
E então chegam eles. Os chefes. Criaturas únicas, com padrões próprios e visuais que parecem ter saído do pesadelo de um artista cyber-gótico. A cada batalha, o jogo muda de tom. Vira arena, vira provação. E não basta decorar padrão: é preciso agir com intenção, saber parar e esperar, golpear com propósito.
É nesses confrontos que Stellar Blade mais brilha. Um acerto milimétrico e você sobrevive. Um erro — só um — e tudo desmorona. Mas não de forma frustrante. A derrota vem como aprendizado. E a vitória, como um soco de adrenalina no peito.

E a história… bem, ela está ali
Se o combate é um espetáculo, a história parece um intervalo. Genérica, linear, sem alma. Eve tem carisma, mas pouco espaço para ser mais que uma ferramenta afiada. Os diálogos soam forçados, os relacionamentos não convencem, e o “grande mistério” que move tudo não passa de um pano de fundo morno.
A sensação é de que toda a carga dramática foi colocada no combate e no visual. E isso funciona — mas por pouco tempo. Quando não se está lutando ou enfrentando chefes, o jogo entra em piloto automático. Missões vazias, exploração sem propósito. O mundo é bonito, mas não vivo. É cenário, não lar.

Vale o seu tempo?
Se você busca combates intensos, chefes marcantes e uma estética cyberpunk afiadíssima, Stellar Blade é uma experiência que merece ser vivida. É o tipo de jogo que você joga por causa da ação, do visual, do desafio técnico. E quando funciona — e funciona muitas vezes — ele entrega como poucos.
Mas se você entra esperando uma trama rica, personagens memoráveis e mundos que contam histórias silenciosas… talvez saia com sede. Stellar Blade é uma pintura em movimento, mas ainda não encontrou sua voz.
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Sou o Leo, geralmente jogo com o nick blade95. Sou apaixonado por jogos de FPS e amo montar PC Gamer! Aqui no Steamaníacos cuido de tudo sobre Hardware, review, preview, testes e novidades para o nosso mundo gamer!