Last Report – Mistérios na madrugada, câmeras e medos que grudam na pele… será que você vai sobreviver?
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Tem algo mágico em encarar o escuro — e não estou falando só do medo, mas da curiosidade que cresce quando você pisa no corredor vazio, liga a lanterna e sente o frio na espinha. Last Report faz exatamente isso: te coloca no papel de guarda florestal, durante o turno da noite, encarregado de monitorar câmeras e descobrir o que, de fato, se move entre as árvores do parque nacional. Só que a cada foto, a cada som estranho, a sensação de “algo está errado” cresce até você se perguntar se aquela câmera vai mostrar só o cervo… ou um pesadelo prestes a começar.
Logo de início, o charme pixelado em 2D parece clássico, mas tem uma pegada moderna na forma como usa sombras, jantar que escorrega e batidas secas que ecoam. E quando você recebe o primeiro relatório para checar uma imagem sutilmente distorcida, aquela suspeita se confirma: você está em um jogo que vai te fazer dormir com a luz acesa. A descrição oficial até brinca: “Algo se mexeu na janela… mas deve ser só outro cervo, certo?” — e você sabe que não é.
A mecânica central de Last Report é simples: revisar imagens captadas pelas câmeras instaladas pelo parque, decidir se aquilo é algo natural ou algo que justifica uma investigação. Cada decisão, cada clique, te prende mais. Um movimento no canto da imagem, um barulho abafado na floresta… e já parece que tem algo te observando por trás da tela. Alguns jogadores que já rodaram o demo elogaram justamente essa sensação controlada do terror, onde você não fica correndo ou atirando — você fica olhando, tentando entender o que viu.

Em paralelo, há conversas com colegas de turno — Ranger Jill, o zelador cansado, você preserva aquele clima contido, sincero e até caloroso entre profissionais. É nessas falas que o jogo cria atmosfera: a calma antes da tempestade, o trabalho rotineiro, as piadas leves e o clima de “colegas enfrentando o amanhecer juntos”. E claro, vai chegando o momento em que você sente vontade de gritar “espera, calma, não era só um cervo!” — mas aí é tarde demais, e algo invade a tela.
A linha tênue entre pixel art e terror funciona demais. Você enxerga forma, mas não todo o volume — criador Monopixel Games brinca com sombra, luz de lanterna, som ambiente e pequenas distorções pra despertar nossos instintos. A comunidade também fala bem disso: no Steam, 91% das avaliações são muito positivas — quase 300 relatos apontam a atmosfera sombria, performance limpa e narrativa que prende do início ao fim .
E convenhamos, preço de R$17 (em promoção R$13,60) é uma pechincha pra esse tipo de experiência. Com pouco mais de duas horas, você passa por turnos da madrugada, finaliza o relatório derradeiro e encara uma câmera que muda toda a história. O jogo não promete milhares de horas, mas justamente por isso ele atinge com pontaria cirúrgica — ninguém quer queimar o final se for só uma repetição vazia. Muitos elogiam isso: “o jogo entregou mais atmosfera do que alguns caros” .
E a performance? Testei no PC modesto e até no Steam Deck; o jogo roda bem, com diálogos fáceis de ler, tempo de load instantâneo e sem bugs até agora. Os devs já lançaram um hotfix logo depois do lançamento, corrigindo pequenas falhas e melhorando o menu — é aquele sinal bom de alguém que ouve a comunidade e ajusta o barco ﹣.
Dito isso, não posso ignorar que Last Report é linear, curto e sem combate nem quebra-cabeças elaborados. Você segue a trilha, lê, observa, pergunta, decide. Se está buscando ação desenfreada ou decisões ramificadas, esse nem é o tipo de jogo. Mas eu faço parte de quem busca aquele friozinho puro no peito, com suspense que se constrói tiro a tiro, foto a foto, voz ao vento. E aí, a ambientação funciona.
Alguns reviews mencionaram que em sessões prolongadas, a narrativa visual poderia ganhar logística — mais câmeras, mais zonas pra explorar, um layout da cabana mais detalhado. Mas por outro lado, isso poderia quebrar o ritmo minimalista que torna Last Report eficaz. Eu diria que menos às vezes é mais, e aqui ele acerta com precisão.

E a história? Tem final? Tem mistério? Sim, e agradeço cada segundo. O roteiro sugere mais do que diz — e me deixou pensando no parque anos depois, imaginando que outras câmeras poderiam ter captado ainda mais. Tem o broche de um ranger no chão, som de telefone corrompido, câmeras que piscam naquele chinelo congelado de image. É o tipo de narrativa que cresce na mente depois que o monitor apaga.
Vale a pena?
Olha, se você curte horror psicológico com pixel art que dialoga com Silent Hill em 8 bits, se curte suspense construído devagar, se valoriza narrativa atmosférica — Last Report é uma presente certeiro. Ele sabe o que é, entrega o que promete, cria tensão e finaliza no ponto exato. Mas se você quiser combate frenético, finais múltiplos e missões complexas, talvez o susto acabe rápido demais. Ainda assim, com qualidade, atmosfera, emoção e preço justo, eu diria que sim — vale cada clique frio na madrugada e cada estalo de galho ao lado da cabana.
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Sou o Leo, geralmente jogo com o nick blade95. Sou apaixonado por jogos de FPS e amo montar PC Gamer! Aqui no Steamaníacos cuido de tudo sobre Hardware, review, preview, testes e novidades para o nosso mundo gamer!