Persona 5: The Phantom X traz estilo, estratégia e vício — mas será que aguenta o peso do próprio nome?
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Quem diria que um spin-off mobile de Persona 5 faria tanto barulho assim? The Phantom X chegou de mansinho, gratuito, bonito e envolvente, e agora já tem gente cravando: “é o melhor gacha já feito”. Mas vamos com calma. Isso aqui é Persona. E quando se trata de Persona, o sarrafo tá lá no alto.
Só que, surpresa: ele não derruba esse sarrafo. Ele dança sobre ele. Com estilo, claro. Com música pulsante, personagens cativantes, combates eletrizantes e até um toque de lore novo que, honestamente, dá vontade de explorar. O jogo é um spin-off — mas não se sente como um produto secundário. Ele parece legítimo, canônico, digno de carregar o nome.
O melhor? Ele é gratuito. O pior? Você vai sentir isso em alguns momentos — e não de forma sutil.
Estilo de sobra, essência preservada
Se você jogou Persona 5 original, vai se sentir em casa logo nos primeiros minutos. O combate por turnos está intacto, aquele esquema de explorar pontos fracos, ganhar “1 More”, emendar combos e soltar um All-Out Attack visualmente explosivo. O mesmo ritmo, o mesmo peso tático — mas aqui, encaixado num sistema que equilibra muito bem a profundidade com a leveza de um jogo de celular.
Mas não se engane: The Phantom X não simplifica tanto assim. Tem estratégia. Tem builds. Tem escolhas. Só que em vez de seguir o sistema de calendário do original, aqui tudo é baseado em energia e ações limitadas por dia. Isso muda o ritmo completamente. Ao invés de planejar sua semana como em um simulador de vida, você lida com barras que recarregam, ações diárias e decisões rápidas. Pra alguns, isso é uma heresia. Pra outros, é a adaptação perfeita pro formato.
A trilha sonora é um show à parte. Isso aqui não é reciclagem de Persona antigo — é produção original com qualidade premium. Os combates tocam faixas novas que grudam na mente, as cutscenes têm animações fluídas e os momentos de transição são estilizados como só a Atlus sabe fazer. É impressionante ver tudo isso rodando tão bem, especialmente quando lembramos que é um jogo gratuito com suporte pra mobile e PC.

Um gacha que quase engana
Agora a parte mais perigosa: o gacha. Porque The Phantom X tem cara de JRPG completo, coração de Persona… e alma de gacha. E isso fica evidente com o tempo. No começo, tudo é suave. Os personagens vêm, os recursos pingam com generosidade. Mas lá pra frente, os banners aparecem com mais frequência, os pacotes pagos começam a brilhar na sua cara e a tentação de abrir a carteira vira um inimigo tão perigoso quanto qualquer Shadow.
A comunidade está dividida. Muitos elogiam a generosidade inicial — e com razão. Dá pra avançar, montar time, explorar Palaces e aproveitar a história sem pagar nada. Mas é inevitável sentir o cheiro da armadilha: pacotes caros, personagens limitados, aquele famoso FOMO (medo de perder) batendo forte em certos eventos.
Ainda assim, o jogo nunca força nada goela abaixo. Você não vai ficar travado por não pagar. Só vai andar mais devagar. E convenhamos: esse é o jogo. Ele não mente sobre isso.
Personagens novos e um mundo expandido
O protagonista é novo, mas o espírito é o mesmo. Ele não é o Joker, mas tem carisma, presença e aquele ar de “líder improvável” que combina tanto com a proposta da série. O elenco de apoio também funciona: todos têm personalidade, design marcante e um espaço bem definido na história.
E por falar em história, ela é boa. Boa mesmo. O jogo apresenta uma narrativa própria, com Palaces, vilões, mistérios e até reviravoltas. A lore é sólida o bastante pra justificar um universo paralelo dentro da mitologia de Persona. E, ao contrário de muitos jogos do tipo, você não pula os diálogos. Você quer saber o que vai acontecer. Você se importa.
O único pecado aqui é a barreira do idioma. Por enquanto, só japonês e inglês. Nada de português. E, pra um jogo com tanto texto e nuances, isso é um balde de água fria pra muita gente. Merece uma localização urgente.

Visual impecável, interface… nem tanto
O jogo é lindo. Disso ninguém duvida. Os modelos são bem animados, os menus são estilosos, as dungeons são cheias de detalhes e os efeitos de batalha saltam aos olhos. Mas tudo isso foi pensado primeiro pro mobile. E quando você leva pra tela grande, especialmente no PC, as limitações aparecem: menus comprimidos, botões pequenos, algumas inconsistências visuais.
Outro ponto que atrapalha: o suporte a controle ainda é capenga. Dá pra jogar? Dá. Mas dá pra perceber que não era prioridade.
Atualizações lentas e um futuro promissor
O jogo já estreou com três Palaces e agora adicionou o quarto. Mas a comunidade ficou em alerta: o intervalo entre os lançamentos foi grande. E isso num jogo online é perigoso. Se o conteúdo demorar demais, a galera pula fora — mesmo que a qualidade seja alta. Os desenvolvedores juram que o ritmo vai acelerar. Resta saber se cumprem.

Vale a pena?
Se você é fã de Persona e sabe o que esperar de um gacha estiloso, então vale sim! Persona 5: The Phantom X é, ao mesmo tempo, uma ode e um teste. Uma ode à série, ao que ela representa, à sua estética, aos seus personagens, ao seu sistema de combate. E um teste pra Atlus, pra SEGA e pra nós, jogadores. Um teste pra ver se é possível adaptar algo tão amado para o universo gacha sem perder a alma.
Spoiler: eles quase conseguiram.
É uma experiência que vale o download, vale o tempo e, dependendo do seu perfil, pode até valer um trocado. Mas vá com os olhos abertos. Porque por trás da máscara estilosa ainda existe a velha mecânica do mobile moderno. E ela não perdoa distrações.
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Sou o Leo, geralmente jogo com o nick blade95. Sou apaixonado por jogos de FPS e amo montar PC Gamer! Aqui no Steamaníacos cuido de tudo sobre Hardware, review, preview, testes e novidades para o nosso mundo gamer!