Rua Valley: 47 minutos de loop que vira exercício de paciência
Jogo bonitinho, ideia promissora, mas acaba parecendo mais um teste de resistência do que uma história que vale o tempo. Em Rue Valley você é Eugene Harrow, um cara que acorda depois de um colapso, preso num motel e num loop de 47 minutos. A premissa casa bem com o tema da saúde mental, só que a mecânica passa longe de sustentar a proposta: pontos de inspiração estão por todo lado e quase nada do que você escolhe muda o rumo real das coisas. Os sliders de personalidade soam legais no começo — introvertido vs extrovertido, impulsivo vs calculista — mas, no fim, as variações ficam em falas pontuais e raramente alteram objetivos ou finais. Tem momentos que funcionam: a sequência inicial, a maluquice de um side que só termina de forma inquietante, e uma virada moral forte em que você precisa decidir algo bruto. Fora isso, repetição e viagens longas entre locais matam o ritmo; dirigir vira cutscene e o loop vira desculpa pra perder minutos que não acrescentam. Se você curte conversa, investigação e RPG sem combate, talvez encontre coisa boa aqui. E aí, vai encarar esses 47 minutos?