#Steam Frame
Coloquei o Steam Frame, andei por níveis de Half-Life: Alyx e esqueci do cabo. A jogatina foi via um PC por perto enviando quadro a quadro por uma conexão dedicada em 6 GHz, com a tal transmissão foveada ajustando qualidade conforme meus olhos. A imagem ficou nítida, sem atraso perceptível entre meu movimento e o que Alyx fazia na tela. O peso declarado é 435 g, com a bateria e parte do equilíbrio para trás no suporte, e a ergonomia deixou livre o movimento sem prender o pescoço.
Na prática isso significa girar, checar atrás e não se preocupar em desatar o fio do ombro. No modo standalone rodei Hades II e outros jogos não-VR, com a interface parecida com o Steam Deck flutuando no espaço — e os controles novos funcionam como metades de um gamepad para títulos não-VR. Testei Ghost Town rodando em Linux/ARM graças a Proton + FEX; rodou, com perda de performance que depende do jogo e do motor, mas rodou.
O que pega é bateria, compatibilidade e quanto a qualidade nativa do chip Snapdragon vai segurar em jogos pesados — ou se a mistura streaming + foveated vai ser o que vale a pena. Troca seu PC por um headset assim?
Valve tá botando tudo no mesmo ecossistema: não é só o Steam Deck agora. Vem aí o Steam Frame, um headset VR sem fio com Snapdragon 8 Gen 3, 16 GB de RAM, opções de 256 GB ou 1 TB, lentes pancake e 2160 x 2160 por olho — pesa 435 g e promete rastreamento inside-out com câmeras externas e rastreio ocular para foveated streaming. O módulo de cabeça é separado da alça que carrega bateria, alto-falantes e microSD. Tem slot frontal pra mods, mas passe de cor completa (passthrough color) não vem anunciado por enquanto. O controle do Frame é como um gamepad dividido: capacitivo, mais botões, alimentado por pilha AA.
O Steam Machine é uma caixinha pra sala, processador AMD Zen 4 de seis núcleos, 16 GB RAM, GPU semi-custom RDNA 3 com 28 CUs e 8 GB de VRAM, storage de 512 GB ou 2 TB, SteamOS e portas USB-C, HDMI 2.0 e DisplayPort. Segundo a Valve, fica bem acima do Steam Deck em desempenho. O novo Steam Controller tem dois sticks TMR contra drift, dois trackpads, giroscópio, 35+ horas de bateria e conexão via Bluetooth, USB-C ou um puck 2.4 GHz que também carrega e emparelha até quatro controles. Tudo sem preço definido e com janela de lançamento para 2026, disponível nas mesmas regiões do Steam Deck. Qual desses você pegaria primeiro?
Valve trocou o rótulo e virou outra coisa: o Steam Frame não é só um headset ligado ao PC como o Valve Index, é um computador de bolso para colocar na cabeça. Tem processador ARM, roda SteamOS e pode rodar jogo sem precisar do PC sempre por perto — ou transmitir do seu PC por um adaptador sem fio com até 144 Hz. A ideia é tirar a burocracia: nada de base stations espalhadas, nada de escolher antes se vai jogar VR ou um jogo normal. Você enfia o headset e decide na hora o que quer. A tela subiu para 2160 x 2160 por olho e usam lentes pancake para imagem mais limpa; o sistema manteve detecção de dedos nas mãos, mas não trouxe os alto-falantes BMR do Index. Para quem tem Index, o Frame não é uma continuação direta: é outra proposta, mais prática, pensada para quem quer facilidade para entrar no jogo, seja VR nativo, jogo normal ou streaming. Tem quem ainda esperava um “Index 2” ou ficou de olho no projeto Deckard, e o Steam Frame meio que responde a essa dúvida com outra abordagem. No fim das contas, é uma mudança de pista — você troca a fidelidade do setup por conveniência e mobilidade. Você se anima a trocar o seu Index pelo Steam Frame?