Bionic Bay reinventa o gênero plataforma com física e ousadia, saiba o que achamos
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- atualizado em 23/05/2025 às 18:11

Bionic Bay joga você direto em um mundo estranho, cheio de tecnologia decadente e natureza hostil. Você controla um homem preso nesse ambiente biomecânico, aparentemente o resultado de um experimento que deu muito errado. Sem mapas, sem tutoriais longos. Você aprende na marra, observando o cenário, testando hipóteses e, claro, morrendo bastante.
A estética é pixel art, mas não tem nada de retrô confortável aqui. É escura, pesada, às vezes sufocante. Os cenários parecem estar vivos, com partes que se movem, barulhos metálicos, ruídos ao fundo. Não tem HUD. Não tem ajuda. É você, seu instinto e uma física que parece saída de um sonho estranho — ou de um pesadelo de laboratório.
Troque de lugar com objetos e desafie as leis da física
Se tem uma coisa que Bionic Bay faz como poucos é transformar mecânicas em surpresas. O jogo não só te dá a habilidade de trocar de lugar com objetos (literalmente: você se teleporta para a posição de uma caixa ou plataforma, por exemplo), como ainda brinca com isso em situações absurdas. Tem um bloco caindo em espinhos? Troque de lugar com ele no ar. Quer passar por uma parede? Lance um objeto e troque no timing certo. Simples? Nunca.
E se isso não bastasse, vem a gravidade. Em alguns momentos, ela se inverte. Ou muda de direção. Ou colapsa em você. Tudo dentro de uma lógica própria, muitas vezes escondida por trás de puzzles visuais sutis. Você vai se ver parando para observar o cenário antes de cada movimento, tentando entender o que o jogo quer de você. E aí vai morrer tentando. E morrer de novo. Mas quando acerta… a sensação de vitória é absurda.

Morrer faz parte — e o jogo sabe disso
Prepare-se para errar. Bionic Bay não perdoa o vacilo. Errou o pulo, trocou de lugar na hora errada, encostou no campo elétrico? Já era. A morte é constante, mas nunca injusta. Os checkpoints são bem posicionados e o tempo de retorno é rápido, então você volta direto pra ação sem perder o ritmo.
A curva de aprendizado é inteligente. O jogo introduz suas mecânicas com calma, depois começa a brincar com elas e, lá pela metade, joga tudo de cabeça pra baixo — literalmente. A partir daí, não basta dominar as mecânicas: é preciso improvisar. E é nesse momento que Bionic Bay se revela em sua forma mais genial.
Trilha minimalista, ambientação sufocante
A trilha sonora não tenta ser protagonista, e isso é perfeito. Ela entra sutil, às vezes quase imperceptível, com sons eletrônicos e batidas secas que combinam com o clima de isolamento. Quando você está correndo contra o tempo, ou tentando escapar de uma armadilha brutal, o som acelera junto com sua respiração.
A ausência de música em certos momentos também fala alto. O silêncio, quebrado por rangidos, batidas e o som da sua movimentação, intensifica a tensão. O mundo de Bionic Bay não quer te agradar — ele quer te engolir. E isso cria uma experiência de imersão raríssima em jogos de plataforma.

Competição pra quem quer mais
Quando você acha que já viu tudo, o jogo te oferece desafios online e rankings de tempo. Speedrunners vão pirar: cada fase tem rotas alternativas, pulos que só funcionam com precisão de cirurgião e atalhos escondidos que mudam completamente a estratégia. E com a física como aliada (ou inimiga), repetir uma fase nunca é igual à anterior.
Ver o fantasma de outros jogadores atravessando salas em velocidades absurdas só aumenta a vontade de tentar de novo. Mesmo que você tenha jurado largar o controle cinco minutos antes. Bionic Bay sabe viciar — e sabe punir.
Bionic Bay não quer ser fácil. Não quer ser óbvio. Ele quer te forçar a pensar de um jeito diferente. Cada fase é uma prova de fogo pra sua criatividade e reflexo. Cada habilidade aprendida vira ferramenta para quebrar o jogo — do jeito que ele quer que você quebre. A sensação de “nunca vi isso antes” é constante.
É um jogo que respeita a inteligência do jogador. Não entrega respostas. Instiga. E quando você consegue vencer, não é por sorte: é porque você entendeu as regras invisíveis daquele mundo maluco e fez delas sua vantagem.
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Eu sou o Rafael, também conhecido como Peleh. Já vi de tudo no mundo dos games, por isso sou eu quem cuida das notícias e análises de games aqui no Steamaníacos!