Shadow Labyrinth: Uma aventura retrô e moderna que desafia o formato plataforma
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Você já imaginou o que aconteceria se um jogo de plataforma moderno colidisse, sem freio, com o universo de Pac‑Man? Pois foi exatamente essa a sensação ao jogar essa experiência curiosa: uma mistura ousada entre nostalgia e novidade, onde a fluidez dos controles e a liberdade de exploração caminham lado a lado com momentos de puro arcade retrô. A aventura tem personalidade, acertos e tropeços — e mesmo quando parece confusa, mantém você curioso para ver onde tudo isso vai dar.
Estilo, movimento e liberdade: onde o jogo realmente funciona
Logo de início, o jogo mostra a que veio: visual limpo, trilha leve, interface discreta. Mas o destaque real é o controle. A movimentação do personagem é um deleite. Saltos rápidos, ataques fluem bem, tudo responde com precisão. Essa leveza faz com que a experiência de andar, explorar e lutar seja um prazer constante. Mesmo nas áreas mais simples, você se sente conectado com o personagem — tudo gira ao redor da fluidez.
Com isso, vem a liberdade. A estrutura do mundo é parcialmente aberta, permitindo ao jogador explorar caminhos variados, decidir rotas e montar sua própria progressão. Não chega a ser um metroidvania completo, mas flerta com o conceito. A sensação é de mundo orgânico — dá pra ir reto, voltar, escolher enfrentar um chefe agora ou mais tarde. Essa liberdade traz ritmo próprio à jogatina, sem pressão. Você define a sua jornada.
O combate, por sua vez, é rápido. Não é complexo — e talvez nem precise ser. Atacar, esquivar, esperar a abertura. O sistema é acessível e instintivo. E embora não seja frenético, exige atenção. Especialmente porque o contato com inimigos causa dano imediato — o que muda a abordagem. Você precisa manter distância e não se descuidar, mesmo após derrubar um oponente. Toque em um corpo no chão e você perde vida. É uma camada de tensão inesperada, e que afeta todo o ritmo de combate.

Chefes, habilidades e narrativa em segundo plano
Durante a jornada, enfrentei dois chefes. Ambos com mecânicas bem definidas e visual marcante. As batalhas foram longas, talvez um pouco além do necessário, mas divertidas. A repetição de padrões e a necessidade de se manter atento por vários minutos tornaram o desafio mais tático do que técnico. Não são lutas difíceis — são lutas de paciência. E, dentro da proposta do jogo, funcionam bem.
As habilidades desbloqueadas ao longo do caminho ampliam levemente as opções de combate e movimentação, mas sem grandes transformações. Um salto duplo, um ataque carregado, talvez um dash. Coisas que já vimos antes. Nada revoluciona, mas tudo é funcional. E, para o tipo de jogo que se propõe a ser leve e acessível, isso é suficiente. Não há progressão de árvore de talentos nem builds complexas — e isso pode ser tanto um mérito quanto uma limitação, dependendo do seu estilo de jogador.
Quanto à narrativa, o jogo parece guardar segredos. Há personagens que falam pouco, imagens simbólicas, mudanças de atmosfera. Não está claro onde a história vai dar — e isso, paradoxalmente, motiva a seguir em frente. A sensação é de que há uma camada oculta esperando ser descoberta. Não é uma história escancarada. É uma promessa sussurrada. E isso pode ser suficiente para manter a curiosidade acesa.

O momento Pac-Man: homenagem ou colisão?
Um dos elementos mais inesperados do jogo é a mudança temporária de jogabilidade para um minigame inspirado em Pac‑Man. De repente, o cenário muda. Você se vê coletando itens em linha reta seguindo um trilho pré-definido, quase como um trem, com a velha temática do Pac-Man. É nostálgico, sim. Funciona tecnicamente, também. Mas causa uma quebra brutal no ritmo.
Esse momento divide a experiência. Em parte, é uma homenagem inteligente, um aceno aos 45 anos de uma lenda do arcade. Em outra parte, é como mudar de canal sem avisar. A diferença entre os estilos no entanto é bem gritante, que parece que dois jogos estão tentando coexistir no mesmo corpo. É divertido, mas desconcertante. Você termina o trecho se perguntando se estava mesmo no jogo certo. E, quando volta para a plataforma normal, sente que algo ficou desconectado.
Ainda assim, é difícil não admirar a ousadia da proposta. Poucos jogos tentam fundir ideias tão distintas com tanta coragem. O resultado pode ser esquisito, mas é memorável. E talvez isso já seja o suficiente para justificar sua existência dentro da obra.

Limitações técnicas e questões que incomodam
Agora sim, a parte menos poética.
A primeira coisa que salta aos olhos, literalmente, é a falta de suporte para resoluções widescreen. Testamos a versão de demonstração e o jogo simplesmente não se adapta à tela. Isso gera faixas laterais que estragam a imersão — especialmente em monitores maiores. Para um jogo que aposta tanto na ambientação visual, essa limitação técnica é difícil de engolir.
Além disso, o sistema de colisão no combate pode incomodar. O fato de o personagem sofrer dano ao encostar em um inimigo já derrotado quebra um pouco a lógica e exige um cuidado exagerado. É uma decisão de design que torna o jogo mais difícil — mas também menos intuitivo. Não parece justo perder vida ao tropeçar num corpo inerte.
Por fim, há um certo cansaço nos trechos de combate prolongado. A vida dos chefes é longa demais, e os padrões, embora bem construídos, podem se tornar repetitivos. Há uma sensação de que o jogo estica demais certas batalhas para compensar uma certa facilidade do confronto — e isso enfraquece o impacto de algumas lutas.

Vale o seu tempo?
Se você é do tipo que aprecia jogos com personalidade, mesmo que às vezes falte coesão, este aqui pode ser uma surpresa agradável. Ele mistura elementos familiares com uma ousadia inesperada. Plataforma acessível, combate simples, mundo semiaberto e uma pitada de arcade retrô — tudo junto e, às vezes, misturado demais. Mas é divertido. E diferente.
A experiência entrega boas horas de diversão, mantém a curiosidade acesa e tem um ritmo próprio. Não é perfeito. Mas é honesto. E, acima de tudo, é criativo.
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Sou o Leo, geralmente jogo com o nick blade95. Sou apaixonado por jogos de FPS e amo montar PC Gamer! Aqui no Steamaníacos cuido de tudo sobre Hardware, review, preview, testes e novidades para o nosso mundo gamer!