Antro: revolução rítmica nos trilhos da resistência — a batida que faz você correr por liberdade

Antro
Ano: 2025
Gênero: Jogos de Plataforma
Avaliação: 8/10 1 1
★★★★★★★★★★
Antro
Antro

Logo de cara, o que chama atenção em Antro é uma sensação quase palpável de urgência. Você assume o papel de Nittch, um entregador que corre pelos esgotos pós-apocalípticos de Barcelona, carregando uma encomenda misteriosa e uma missão que ultrapassa o simples ato de correr: é uma corrida contra a censura, contra a arte proibida, contra La Cúpula — e tudo isso embalado por uma trilha urbana poderosa de hip‑hop, drill e R&B.

Mesmo quem joga por apenas alguns minutos percebe o ritmo pulsante desse jogo. Os ambientes em 2.5D têm uma pegada industrial — fábricas com fumaça, drones no céu subterrâneo, robôs de patrulha — tudo surgindo e reagindo à batida. Em cada salto, em cada parede escalada, parece que o mundo se move junto com a música.

Energia e sincronização: quando a música vira rebelião

Antro é um jogo sobre momentum. Não espere aquele platformer meticuloso, cheio de checkpoints generosos. Aqui, três batidas fora do tempo podem significar morte instantânea. A sincronia entre o áudio e sua movimentação é tanta que, se errar, a trilha falha junto — e não é bug, é mensagem: você quebrou o ritmo do protesto .

E a trilha, meu amigo, é o coração do jogo. Cada nível recebe suas faixas com identidade própria. Tem faixa que explode com bass, tem faixa que te embala num esforço reflexivo. Não é soundtrack pontual — é o embalo da construção narrativa. E quando tem perseguição? A DOME está vindo e a batida acelera junto com seus pulsos .

Se você ama jogos como Sayonara Wild Hearts, Runner, ou os momentos de pura tenção em Celeste, vai entender a química que acontece quando o áudio faz parte da jogabilidade. Em Antro, cada salto, cada pum, cada impacto tem ritmo. E isso faz tudo parecer um videoclipe rebelde que você controla.

Antro

Curto, poderoso e… insuficiente?

Aqui vem o golpe final: Antro é curto. Muito curto. São cerca de 1h40m a duas horas pra zerar. E aí acaba. Sim, dá pra voltar pra tentar os 100%, mas a experiência principal não vai além desse tempo. Alguns vão sentir que passaram rápido. Outros vão agradecer por tanta intensidade em pouco tempo.

E agora? Você sai dele emocionado, mas com aquele resquício de “quero mais”. E talvez você acabe frustrado pelas hitboxes sutis, por alguns momentos de jogabilidade imprecisa, ou simplesmente por voltar para repetir padrões. Sim, o jogo exige ritmo, mas às vezes o ritmo “engasga” e isso quebra a sincronia perfeita que o jogo quer criar .

Mas, ainda assim, muitos saem dizendo algo curioso: mesmo com poucos minutos jogados, deixam Antro marcado. Ninguém sai indiferente. E isso é conquista para qualquer jogo indie.

Ambiente, história e protesto — com pausas miradas

A ambientação é genial: tons sujos, concreto, manchas de cor, rebeldia urbana. O contraste entre o barulho dos túneis e o silêncio cortante da censura dá peso à narrativa. Sobrevivemos por baixo, mas queremos voar. A mensagem é clara: arte liberta. Esse discurso atravessa cada cutscene, cada colisão rítmica, cada avanço entre outrora arte e agora rebeldia .

A história não é longa, mas é forte. Começa com um pacote, mas termina com um símbolo. É um enredo enxuto e cheio de camadas que, por menor que seja, entrega senso de propósito. A escolha de trilha sonora e mixagem são tão intrínsecas que se Antro tivesse saído sem música, seria só um bom platformer — mas com ela, virou manifesto.

Antro

Vale a Pena?

Vale. Se você quer sentir a batida da rebelião nos dedos. Mas saiba: são poucas horas. E cada segundo vai doer — de tão bom.

Antro é pouco, mas é potente. Aquele soco curto mas certeiro, daqueles que deixam marca na alma. É um jogo feito com suor, batida e propósito – um manifesto jogável. Ele engasga na duração e às vezes na precisão, mas quando acerta, faz barulho alto. E a arte musical que ele leva consigo… é praticamente uma revolução embalando cada salto.

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Por Leo "Blade"

Sou o Leo, geralmente jogo com o nick blade95. Sou apaixonado por jogos de FPS e amo montar PC Gamer! Aqui no Steamaníacos cuido de tudo sobre Hardware, review, preview, testes e novidades para o nosso mundo gamer!