A Gentlemen’s Dispute — Pancadaria elegante, caos irresistível

A Gentlemen's Dispute
Ano: 2025
Gênero: Jogos de Ação
Avaliação: 9/10 1 1
★★★★★★★★★
A gentlemens dispute

Entrei por curiosidade e saí com a bochecha doendo de rir. A Gentlemen’s Dispute é aquele tipo de briga de salão que só funciona porque tudo conspira a favor do caos: arenas que se partem com cada pancada, armários que viram catapultas improvisadas, barris de óleo que transformam a pista num sabão assassino. No começo, a sensação é de atravessar um set de comédia física. Cinco minutos depois, você já está calculando ângulos de slap, soprando o pavio de uma bomba para atrasar a explosão e encaixando uma sequência que termina — claro — com um “senhor respeitável” voando por uma janela.

O segredo é como o jogo te dá poder sem te amarrar a manual nenhum. Os itens parecem piadas, mas têm lógica própria: o bastão “fala grosso” em corredor; a mina, se colocada logo após uma porta, vira punchline inevitável; o canhão é ridículo até você aprender a mirar pelo rebote; o lança-chamas vive o seu melhor momento quando alguém escorrega no óleo que você plantou um segundo antes. Nada disso exige planilha — exige malícia. As melhores jogadas que vi nasceram do oportunismo: uma cadeira que virou escudo, um lustre que caiu na hora certa, um empurra-empurra de varanda que começou em brincadeira e terminou com três mascotes do clube de golfe no chão.

Jogar online com oito almas perdidas é um estudo sobre como a bagunça pode ser legível. A primeira noite foi só pancadaria e gritaria no Discord; na segunda, o cérebro já reconhecia padrões. Peguei mania de sondar quem corria muito (geralmente nervoso, ótimo alvo para armadilha), de “iscar” briga perto de objetos explosivos e de salvar uma carta absurda de perk para o final, quando o mapa já está metade destruído e um efeito bobo muda o destino da rodada. Quando o círculo fecha em dois jogadores, a coisa ganha cara de duelo: cada slap bloqueado é ameaça de contra-ataque, e cada canto da arena parece ter um plano maligno à espreita.

Tecnicamente, o PC se comportou bem. Com taxa travada, o jogo manteve o ritmo mesmo quando a tela virou festival de faísca, fumaça e destroço. Dá para sentir que tudo foi pensado para ficar claro em movimento rápido: silhuetas generosas, tempo de “hitstop” na medida para o impacto não virar confusão, e uma leitura de profundidade que aguenta o tranco quando metade do cenário foi pelos ares. No controle, a mira de arremessos é intuitiva e o slap encontra aquele ponto doce entre timing e ousadia; no teclado e mouse, os arremessos longos e a colocação precisa de armadilhas brilham — escolhi o que usar mais pelo meu humor do dia do que por vantagem real.

O preço baixo é quase uma pegadinha: você entra achando que vai ver uma piada estendida e encontra um jogo afinado, com um arsenal de brinquedos que empilha possibilidades em vez de empilhar botões. O melhor elogio que posso fazer é simples: acabávamos uma partida e a sala votava “mais uma” sem pensar, como quem pede repeteco de número de circo. E quando alguém descobria uma maldade nova — tipo grudar armadilha atrás de arbusto ou usar barril como isca em corredor estreito — a rodada seguinte virava laboratório.

Nem tudo é impecável. Em servidores com muita gente espalhada pelo mundo, dá para sentir a latência malandra no slap milimétrico e em alguns arremessos de frame perfeito; quando a conexão está tinindo, a leitura é cristalina, mas em noites “mistas” vale priorizar armas de área e armadilhas que perdoam um tiquinho de atraso. Também há mapas em que a destruição avança rápido demais e o final vira “ilha pequena de socos” — divertido, mas repetitivo se aparecer em sequência. Nada que a rotação, pequenos ajustes e a criatividade da turma não resolvam.

No fim, A Gentlemen’s Dispute me ganhou pelo tom. É bobo com inteligência: deixa você tropeçar até entender por que tropeçou, incentiva picardia sem te empurrar para meta rígida e trata cada rodada como uma história curta com moral própria. Dá para jogar sério e vencer pela cabeça; dá para jogar de porra-louca e virar lenda por um clipe perfeito. De toda forma, é aquele party brawler que se explica sozinho quando você vê quatro pessoas tentando pegar a mesma bomba… e nenhuma delas lembrando que o pavio já está aceso.

Comente!

Compartilhar!

Mais Opções
Por Leo "Blade"

Sou o Leo, geralmente jogo com o nick blade95. Sou apaixonado por jogos de FPS e amo montar PC Gamer! Aqui no Steamaníacos cuido de tudo sobre Hardware, review, preview, testes e novidades para o nosso mundo gamer!

Leia Mais Sobre